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Conselho de Segurança da ONU focou em busca por negociação rápida, diz Sérgio Danese

Representante permanente do Brasil esteve em reunião de emergência com outros países na noite deste domingo

Bandeira da ONU na sede da entidade, em Nova York (Leandro Fonseca/Exame)

Bandeira da ONU na sede da entidade, em Nova York (Leandro Fonseca/Exame)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de outubro de 2023 às 20h34.

Última atualização em 8 de outubro de 2023 às 20h34.

A reunião de emergência convocada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (CSNU) para discutir neste domingo 8, o conflito entre o grupo Hamas e Israel teve como tônica a busca por um processo de negociação o mais rápido possível. A informação é do representante permanente do Brasil junto à ONU, o diplomata Sérgio França Danese.

Convocado pelo Brasil, que está na presidência rotativa do CSNU, e por outros membros, o encontro durou cerca de 1h30 e terminou sem um consenso. Nesse sentido, não foi divulgado um comunicado conjunto deste que é considerado o órgão máximo de decisão da ONU.

Apesar disso, Danese disse que foi uma oportunidade para ter uma visão mais clara dos recentes acontecimentos e do Conselho, que tem a presidência do Brasil durante o mês de outubro. Tido como o principal desafio do País na presidência deste mês, o colegiado está aberto para convocar novas reuniões e tentar se chegar a um consenso do órgão sobre o conflito, conforme ele.

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"A tônica das intervenções foi no sentido de refletir sobre a necessidade de se voltar a um processo negociador o mais rapidamente possível", disse Danese, a jornalistas, em Nova York após deixar a reunião.

De acordo com o embaixador, "clima para negociação sempre há", mas é preciso trabalhar para que isso aconteça. "É preciso buscar, construir esse espaço, se ele não estiver evidente, e trabalhar nesse sentido", disse, ressaltando que a posição do Brasil é de "enorme preocupação" e "tristeza" com o conflito.

Sem dar detalhes da reunião, Danese também não quis especular quais seriam os próximos passos do Conselho de Segurança da ONU em relação à guerra deflagrada após os ataques do grupo Hamas a Israel neste sábado. O martelo só pode ser batido após as propostas e posições apresentadas pelos membros, explicou. Além disso, a reunião do órgão foi feita a 'consultas fechadas' que, na linguagem diplomática, restringe os participantes de comentarem sobre o que foi debatido.

"O conselho se reúne para ouvir, no caso, foi um briefing, do coordenador especial das Nações Unidas para os assuntos da Palestina, para ter uma avaliação mais direta, ampla, variada da situação na região, em Israel e em Gaza", explicou o embaixador brasileiro.

Durante a reunião, os países expressaram também os seus pontos de vista e diversos questionamentos foram levantados por diferentes membros para debater o tema como, por exemplo, a natureza do conflito e sua extensão. "Pela prática do conselho, essas consultas são fechadas e, portanto, nós temos o compromisso de fazer as consultas, mas de não comentá-las depois", justificou.

De acordo com ele, é provável que mais reuniões sejam realizadas com foco no conflito Israel e o grupo Hamas. A presidência do Brasil, disse, é "aberta e está disposta a procurar acomodar todos os interesses".

"Nesse caso, é, obviamente, um interesse internacional amplo e nós tentaremos contemplar qualquer pedido que esteja dentro das normas e do mandato do Conselho de Segurança", disse Danese.

Sem consenso

Antes mesmo da reunião, não se esperava que o debate chegasse a um consenso por conta da diversidade de posições entre os membros. Enquanto os Estados Unidos reiteraram apoio inabalável a Israel, China e Rússia são vistas como países mais próximos ao lado palestino. O Brasil condenou os ataques e defendeu ações que evitem que ele tome outras proporções.

Órgão máximo de decisão, o Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 países, sendo cinco deles com cadeiras fixas e outros dez com posições rotativas. Os membros permanentes são China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, os quais possuem poder de veto.

Ao lado do Brasil, também têm cadeira rotativa atualmente países como Gabão, Gana, Emirados Árabes Unidos, Albânia, Equador, Japão, Malta, Moçambique e Suíça. A presidência é rotativa.

O Brasil está na liderança pela 11ª vez.

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