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Conselho de Segurança da ONU aprova plano de Trump para paz em Gaza

Em outubro, Israel e o Hamas aceitaram a primeira fase do plano, que prevê um cessar-fogo e a libertação de reféns

Guerra Israel-Hamas: conflito teve início em 7 de outubro de 2023 (Eyad BABA / AFP)

Guerra Israel-Hamas: conflito teve início em 7 de outubro de 2023 (Eyad BABA / AFP)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 20h08.

Última atualização em 17 de novembro de 2025 às 20h11.

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O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira, 17, uma resolução proposta pelos Estados Unidos que respalda o plano do presidente Donald Trump para encerrar a guerra em Gaza. A medida também autoriza a criação de uma força internacional de estabilização para atuar no enclave palestino.

Israel e o Hamas aceitaram, no mês passado, a primeira fase do plano, que prevê um cessar-fogo e a libertação de reféns. No entanto, a aprovação no Conselho é considerada fundamental para dar legitimidade à criação de um órgão de transição que conduzirá a reconstrução do território, além de incentivar países a participar com tropas internacionais, segundo a agência Reuters.

A resolução autoriza que Estados-membros integrem o chamado Conselho de Paz, concebido como uma autoridade interina para supervisionar o processo de reconstrução e recuperação econômica de Gaza. O documento também aprova o envio de uma força internacional com a missão de promover a desmilitarização do território, o que inclui o desarmamento e a destruição da infraestrutura militar local.

O plano elaborado por Trump está anexado ao texto da resolução e propõe ações escalonadas para a transição política e econômica em Gaza. A Rússia, embora tivesse sinalizado oposição, optou por se abster, permitindo a aprovação da medida no Conselho, onde tem poder de veto.

Divergências sobre a proposta

A Autoridade Palestina declarou apoio à resolução nesta sexta-feira, enquanto grupos liderados pelo Hamas rejeitaram o plano, considerando a iniciativa uma tentativa de impor controle estrangeiro sobre Gaza. O grupo classificou a resolução como favorável aos interesses israelenses.

O texto aprovado diz que a resolução poderá abrir caminho para "a autodeterminação e a criação de um Estado palestino", condicionada à implementação de reformas pela Autoridade Palestina e ao progresso na reconstrução do território. Ainda segundo o documento, os Estados Unidos conduzirão um diálogo entre Israel e os palestinos para discutir uma proposta de convivência política futura.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reafirmou neste domingo, 16, que seu governo continua contrário à criação de um Estado palestino. Ele reiterou o compromisso de desmilitarizar Gaza, "pelo caminho fácil ou pelo caminho difícil", em resposta à pressão de partidos da direita israelense.

O Hamas, por sua vez, mantém posição contrária ao desarmamento.

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