Rua da cidade síria de Alepo: o Conselho, em comunicado, expressou sua "indignação por todos os ataques contra civis" e pelas ações "indiscriminadas" (Joseph Eid/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2015 às 21h16.
O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta sexta-feira os recentes bombardeios do regime sírio sobre a cidade de Aleppo e os ataques indiscriminados contra civis perpetrados por diferentes grupos no país, com menção especial às crescentes ações do Estado Islâmico (EI) e outros jihadistas.
O Conselho, em comunicado, expressou sua "indignação por todos os ataques contra civis" e pelas ações "indiscriminadas" como bombardeios.
Entre eles, destacou o "uso de barris explosivos nos últimos dias" em Aleppo e outras áreas da Síria, que deixaram "vários civis mortos e feridos, incluídos crianças".
O comunicado não fez referência à autoria desses bombardeios, mas organizações como o Observatório Sírio de Direitos Humanos denunciaram repetidamente os ataques governamentais com esse tipo de explosivos lançados de helicópteros, que teriam feito quase uma centena de vítimas nos últimos dois dias.
O Conselho de Segurança lembrou hoje todas as partes do conflito que elas são obrigadas pela lei internacional a evitar "ataques indiscriminados e ataques contra civis e alvos civis".
Nesse sentido, reiterou "a responsabilidade principal das autoridades sírias de proteger a população" e pediram que sejam tomadas todas as medidas possíveis para isso.
Além disso, o principal órgão de decisão da ONU condenou "os crescentes ataques terroristas" do EI, da Frente al Nusra e de outros grupos jihadistas, e cobraram de todas as partes do conflito que se comprometam a parar com essas ações.
Ao mesmo tempo, lembrou que as medidas contra os terroristas devem cumprir a legislação internacional e respeitar os direitos humanos.
Por último, os membros do Conselho de Segurança assinalaram que a crise síria só pode terminar através de um processo político liderado de dentro do país e, nesse sentido, apoiaram os esforços de mediação do enviado especial da ONU, Steffan de Mistura.
Os 15 países do Conselho pactuaram o comunicado após receber informação do escritório humanitário das Nações Unidas, em um movimento pouco habitual, dada a profunda divisão que o órgão vive em torno de Síria e a habitual defesa do regime de Bashar al Assad pela da Rússia.