Lançamento da Coreia do Norte: "Se um país abastece ou apoia a Coreia do Norte, tomaremos medidas", advertiu a embaixadora americana (KCNA/Divulgação)
AFP
Publicado em 16 de maio de 2017 às 21h41.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu a portas fechadas nesta terça-feira para discutir um novo esboço de medidas, incluindo sanções, a fim de aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte após seu último disparo de míssil balístico.
A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, disse que Washington trabalha com a Pequim, principal aliada de Pyongyang, sobre um novo projeto de sanções e que todos os membros da organização devem incrementar suas ações contra a Coreia do Norte.
"Todos temos que enviar um sinal à Coreia do Norte de 'chega, não é hora de brincar, isso é sério, essas ameaças não são bem-vidas'", disse Haley a jornalistas antes da reunião do Conselho.
"Se um país abastece ou apoia a Coreia do Norte, tomaremos medidas", advertiu. "Nos asseguraremos de que todos saibam e dirigiremos essas sanções também para esse país".
A embaixadora americana também evocou a possibilidade de realizar negociações diretas com a Coreia do Norte caso Pyongyang dê fim aos lançamentos de mísseis e testes nucleares.
"Queremos falar, mas não antes de constatar a suspensão total do processo nuclear e de qualquer teste", disse Haley.
Entretanto, durante a reunião a portas fechadas, a China não mencionou a existência de um projeto com novas sanções e reiterou seu pedido diálogo para reduzir a tensão na península coreana, informaram diplomatas.
No domingo, a Coreia do Norte provou o que parece ser seu míssil balístico de mais longo alcance até o momento, que teria capacidade para transportar "uma ogiva nuclear" ao território continental americano.
Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul convocaram a reunião de emergência em resposta ao teste do míssil e para apoiar pressões internacionais para que a Coreia do Norte mude sua estratégia e desmantele seus programas balístico e nuclear.
Embora ainda não tenha sido distribuído um projeto de resolução entre os 15 membros do Conselho, os Estados Unidos discutem com a China eventuais novas sanções a fim de aumentar a pressão sobre Pyongyang.
"Estamos trabalhando nisso agora, ainda não terminamos", afirmou. "Estamos considerando sanções e veremos até onde chegamos".
Pyongyang realizou dois testes nucleares e dezenas de ensaios de mísseis desde o começo de 2016, em meio a seus esforços para desenvolver um míssil capaz de alcançar o território americano com uma ogiva nuclear.
Em uma declaração unânime e respaldada pela China, o Conselho ressaltou nessa segunda-feira a importância de que a Coreia do Norte "mostre um imediato e sincero compromisso com a desnuclearização através de ações concretas", concordando em tomar eventualmente outras medidas significativas, incluindo sanções.
Entre as medidas possíveis se inclui um embargo petrolífero, comercial e sanções específicas contra pessoas e empresas norte-coreanas, o que depende da determinação da China para aplicá-las.
"As sanções não são um fim em sim mesmas, é verdade, mas as sanções são uma das melhores ferramentas que temos para demostrar de maneira unida a determinação do Conselho de Segurança para pressionar o regime de Pyongyang a fim de que mude sua atitude", disse o embaixador britânico Matthew Rycroft a jornalistas.
A Coreia do Norte também está sob suspeita por parte de investigadores que buscam a origem do ciberataque que afetou mais de 150 países, mas a agência europeia de polícia afirma que ainda é muito cedo para determinar quem promoveu o caos.
Resoluções da ONU proíbem a Coreia do Norte de desenvolver tecnologia de mísseis e balística.
O Conselho de Segurança adotou no ano passado sanções para pressionar a Coreia do Norte e negar a seu líder Kim Jong-Un o financiamento necessário para desenvolver seus programas militares.