Mundo

Conselho de Direitos Humanos da ONU discute paz na Colômbia

As negociações por um acordo de paz na Colômbia começaram no ano passado e envolvem mediadores estrangeiros – Cuba, Noruega, Chile e Venezuela

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Brasília e Bogotá – O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) analisa hoje (23), em Genebra, na Suíça, as negociações de paz entre as autoridades colombianas e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os conflitos na Colômbia envolvendo integrantes das forças de segurança e das Farc já duram cerca de meio século. A discussão na ONU deve reunir representantes das Américas, da Europa, da Ásia e da África.

As negociações por um acordo de paz na Colômbia começaram no ano passado e envolvem mediadores estrangeiros – Cuba, Noruega, Chile e Venezuela. A previsão do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, é fechar o acordo até dezembro. Serão abordados cinco pontos, como a questão agrária e de proteção das vítimas.

O vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón, lidera a delegação do país, formada por 30 pessoas. O grupo está em Genebra para participar dos debates. Garzón adiantou que será mostrado o esforço para executar a meta de indenizações a cerca de 200 mil vítimas relativas à posse e uso de terra.

Também estará em discussão a denúncia de mortes provocadas durante combate entre guerrilheiros e forças de segurança. A diretora do Programa Presidencial de Direitos Humanos, Alma Bibiana Pérez, disse que a Colômbia é um país que “reconhece e enfrenta” os desafios provocados pela desigualdade social e a impunidade.

O vice-presidente ressaltou o compromisso do governo colombiano em chegar a um acordo de paz e enumerou os crimes que, segundo ele, as Farc devem interromper.


“Eles [as Farc] têm o dever para com o povo de comprometer-se a cessar todas as ações criminais e violentas contra a população civil, colocar fim ao recrutamento forçado de crianças e adolescentes, não usar minas terrestres e entregar as terras que despojaram”, disse Garzón. Para ele, esse compromisso é fundamental para o “processo de perdão e reconciliação” no país.

O representante da ONU para os Direitos Humanos na Colômbia, Todd Howland, considera que a situação no país mudou nos últimos dez a 15 anos. Na semana passada, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos excluiu a Colômbia da lista negra dos países mais vulneráveis no tema. Foi a primeira exclusão do país da relação em 12 anos.

No total, 13 países serão avaliados pelo conselho sobre o cumprimento de metas e obrigações relativas aos direitos humanos. A avaliação é feita a cada quatro anos e meio. Em geral, a ONU avalia a redução dos índices de pobreza, a impunidade e os desaparecimentos forçados.

Pela resolução, o conselho faz um exame periódico, baseado em informações objetivas e fiéis sobre o cumprimento por cada país de suas obrigações e compromissos no que se refere aos direitos humanos, na tentativa de garantir a universalidade e a igualdade. As sessões sobre o tema ocorrem em janeiro, fevereiro, maio e junho, além de outubro e novembro.

Desde ontem (22) até 1º de maio serão examinadas as situações em Burkina Faso, Cabo Verde, Colômbia, Uzbekistão, Tuvalu, Alemanha, Djibuti, Canadá, Bangladesh, Rússia, Azerbaijão, Camarões e Rússia.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaFarcONU

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA