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Conselheiro diz que Papa está determinado a reformar Igreja

Declaração aconteceu após as revelações de desfalques de fundos destinados aos pobres ou doentes para financiar o estilo de vida luxuoso de alguns cardeais


	O papa Francisco: "Alguém certamente tem medo do processo de renovação que o Papa está travando", considerou Dom Galantino
 (Claudio Peri/Reuters)

O papa Francisco: "Alguém certamente tem medo do processo de renovação que o Papa está travando", considerou Dom Galantino (Claudio Peri/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2015 às 10h07.

O Papa Francisco está "determinado" a avançar com as reformas na Cúria romana, após o vazamento de documentos que revelam deslizes financeiros no Vaticano, assegurou nesta quarta-feira o número três da Santa Sé, o arcebispo Angelo Becciu.

Após as novas revelações, referindo-se particularmente aos desfalques de fundos destinados aos pobres ou doentes para financiar o estilo de vida luxuoso de alguns cardeais, o substituto na secretaria de Estado revelou em seu Twitter as palavras de Jorge Bergoglio: "Sigamos em frente com confiança e determinação".

Pouco antes, aqueles que se encontraram com o Papa nos últimos dias o consideraram "muito amargo", mas também "perplexo e irritado", segundo comentários divulgados pela imprensa italiana.

O secretário-geral da Conferência Episcopal Italiana, Dom Nunzio Galantino, comentou sobre o caso no canal TV2000. "Eu me coloco em seu lugar. Todo o filho da Igreja, diante de tais ataques concêntricos, não pode ficar indiferente".

"Alguém certamente tem medo do processo de renovação que o Papa está travando", considerou Dom Galantino, próximo do papa Francisco.

"Eu acredito que algumas pessoas têm medo de uma Igreja que está começando a ser inatacável em certos pontos, que começa a ser também credível aos olhos dos não-crentes, e isso faz com que alguns percam a razão", acrescentou.

Dom Galantino denunciou o padre Lucio Anjo Vallejo Balda e a assessora Francesca Chaouqui, suspeitos de roubar documentos confidenciais, e os dois jornalistas italianos autores dos livros que trarão revelações sobre o Vaticano, Emiliano Fittipaldi e Gianluigi Nuzzi.

"Estas quatro pessoas, se realmente disserem que estavam agindo para o bem do Papa, só disseram besteiras".

"Elas sabem que estão mentindo, porque não ajudamos alguém esfaqueando-a por trás ou roubando conversas privadas, e criando problemas à Igreja", insistiu.

Os dois livros, "Avarice" de Fittipaldi e "Via Crucis" de Nuzzi, estarão nas livrarias já na quinta-feira.

De acordo com a imprensa italiana, os livros revelam sobretudo a forte oposição interna às reformas financeiras do papa Francisco.

Neles se denunciam as irregularidades atávicas que por décadas foram cometidas com as finanças do Vaticano, como o desvio de 400 milhões de euros do "Óbolo de São Pedro", com doações provenientes de todo o mundo, para a Cúria Romana, ou seja, a gestão da máquina.

Os livros citam e-mails, atas de reuniões, conversas privadas gravadas e notas que demonstram o excesso de burocracia, a má gestão, o desperdício, e fastos milionários com aluguéis.

As revelações surgem após a prisão neste fim de semana de Vallejo Balda e de Chaouqui. A última foi interrogada e posteriormente liberada.

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