Pirata somali armado perto da costa da Somália: "também disse a vários de meus colegas para que parem e muitos já o fizeram", acrescentou o líder (Mohamed Dahir/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 11h14.
Mogadíscio - Um dos piratas mais conhecidos da Somália, Mohamed Abdi Hassan, que ganhou milhões de dólares com sua lucrativa atividade, anunciou nesta quarta-feira que está deixando a pirataria, sem explicar as razões para sua "aposentadoria".
"Depois de ter sido pirata durante oito anos, decidi abandonar a pirataria", afirmou Hassan, conhecido como "Afweyne", em cerimônia oficial na presença de autoridades locais em Adado, centro da Somália, cujos arredores servem de refúgio para os piratas do país.
"A partir de hoje deixarei de estar envolvido em atividades criminosas. Também disse a vários de meus colegas para que parem e muitos já o fizeram", acrescentou, segundo declarações citadas por um funcionário local, Ahmed Ali Moalim, presente na cerimônia.
Dois dos sequestros mais espetaculares da pirataria moderna são atribuídos a "Afweyne": o do superpetroleiro saudita Sirius Star, com dois milhões de barris de petróleo, em novembro de 2008, dois meses depois do 'Faina', um navio ucraniano carregado de armas, em particular fuzis de assalto, sistemas de defesa antiaérea e lança-foguetes.
Os dois navios foram libertados respectivamente em janeiro e fevereiro de 2009, depois do pagamento de vários milhões de dólares de resgate.
O chefe da autoridade local de Adado, Mohamed Adan Ticey, comemorou a decisão do pirata.
"Estamos muito contentes que a juventude renuncie agora à pirataria e pedimos à comunidade internacional que ajude estes jovens a se reabilitar para que possam receber educação", declarou.
Os atos de pirataria no litoral somali caíram no ano passado a seu nível mais baixo desde 2009, segundo o Birô Marítimo Internacional, devido à vigilância internacional no Oceano Índico e à melhoria da segurança armada a bordo dos navios mercantes.