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Conheça os três americanos que estão presos na Coreia do Norte

O presidente americano deu a entender que poderá anunciar um desfecho para os três americanos detidos na Coreia do Norte

Coreia do Norte: e reunião entre o presidente americano e o líder norte-coreano deve acontecer entre maio e junho (Rahman Roslan/Getty Images)

Coreia do Norte: e reunião entre o presidente americano e o líder norte-coreano deve acontecer entre maio e junho (Rahman Roslan/Getty Images)

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AFP

Publicado em 3 de maio de 2018 às 15h55.

Apesar de décadas de hostilidade entre Washington e Pyongyang, milhares de americanos visitaram o país antes que o departamento de Estado proibisse as viagens à Coreia do Norte em setembro.

A propensão da Coreia do Norte de prender americanos e usá-los como moeda já era conhecida. Muitas vezes, os detidos foram libertados após a visita de personalidades americanas.

Os motivos para os americanos viajarem para a Coreia do Norte são muitos: turismo, negócios, trabalho humanitário ou atividades missionárias.

Seis sul-coreanos também foram presos desde 2013. Tratam-se de três missionários cristãos e três desertores de origem norte-coreana.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu a entender na quarta-feira que em breve poderá anunciar um desfecho para os casos dos três americanos detidos na Coreia do Norte. Segundo algumas fontes, eles teriam sido transferidos em vista de uma possível libertação.

Isso acontece antes de uma cúpula entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, algo inimaginável há apenas alguns meses.

Conheça os prisioneiros americanos:

Kim Hak-song

Kim Hak-Song trabalhava para a Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang quando foi preso em maio de 2017.

Kim estava envolvido num projeto de desenvolvimento agrícola na fazenda experimental do instituto.

Ele foi preso na estação de trem de Pyongyang quando embarcava em um trem que o levaria para sua casa, na cidade chinesa de Dandong. As autoridades o acusaram de cometer "atos hostis" contra o governo.

Kim, de cerca de 50 anos, nasceu em Jilin, na China, e estudou em uma universidade da Califórnia, segundo a rede CNN, que cita um ex-colega de classe. De acordo com essa fonte, ele havia voltado para a China após cerca de dez anos nos Estados Unidos.

A universidade norte-coreana, fundada por evangelistas cristãos estrangeiros, abriu suas portas em 2010 e tem alguns professores americanos. Seus alunos geralmente são membros da elite norte-coreana.

Kim Sang-duk

Kim Sang-Duk, também conhecido como Tony Kim, foi preso em abril de 2017 no principal aeroporto de Pyongyang, quando se preparava para deixar o país depois de dar aulas por várias semanas. Ele também trabalhava para a Universidade de Ciência e Tecnologia.

Kim era professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Yanbian na China, perto da fronteira com a Coreia do Norte. Segundo o site da instituição, era professor de contabilidade.

De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, ele teria cerca de 60 anos de idade. Participava de programas para ajudar crianças em áreas rurais. Yonhap o descreveu como "um homem muito dedicado".

Seu filho indicou no Facebook que a família não recebeu notícias desde a sua prisão.

Kim Dong-chul

Kim Dong-Chul, um empresário de cerca de 60 anos, foi sentenciado em abril de 2016 a 10 anos de trabalho forçado após sua prisão por subversão e espionagem.

Ele foi preso em outubro de 2015, quando recebeu um pendrive com dados relacionados a atividades nucleares e outras informações militares, segundo a agência oficial norte-coreana KCNA.

Em entrevista à CNN em janeiro de 2016, Kim explicou que recebeu o material de um ex-soldado norte-coreano. Ele acrescentou que era naturalizado americano e morava em Fairfax, na Virgínia.

Contou ainda que administrava na época uma empresa de comércio e de serviços de hotelaria e negócios em Rason, a zona econômica especial da Coreia do Norte, perto da fronteira entre a China e a Rússia.

Um mês antes de seu julgamento, ele apareceu em uma coletiva de imprensa organizada pelas autoridades norte-coreanas para pedir desculpas por ter tentado roubar segredos militares em conluio com a Coreia do Sul. Os serviços de inteligência sul-coreanos negaram a informação.

 

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