Apoiadora da oposição Genesis Carmona é resgatada em uma moto após ser alvejada na cabeça durante um protesto contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Valencia (Mauricio Centeno-Notitarde/Reuters)
Guilherme Dearo
Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 11h55.
São Paulo – Na escalada de violência dos protestos na Venezuela, uma morte em particular chamou mais a atenção da mídia e da população.
Foi a morte de Génesis Carmona, jovem de 22 anos, eleita Miss Turismo de seu estado, Carabobo.
Ela participava ontem (19) de um protesto na cidade de Valencia quando foi alvejada com um tiro na cabeça.
O tiro foi disparado por homens em uma moto, que apontavam contra os manifestantes.
Muitos falaram que eram membros das milícias pró-governo que desde o começo dos protestos têm entrado em confronto com os manifestantes.
Outros sete foram feridos à bala no mesmo protesto.
As suas fotos estonteantes em editoriais de moda e desfiles deram lugar a um corpo sendo carregado em uma motocicleta.
Um vídeo mostra o momento em que ela é levada ao hospital:
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Beleza
Génesis se definia como apaixonada pela vida em seu Twitter. Era estudante de Ciências Sociais na Universidad Tecnológica del Centro de Valencia.
A sua beleza indiscutível lhe valia trabalhos como modelo profissional.
Ela participou de desfiles do Fashion Week Valencia e do Venezuela in Moda. Também tinha desfilado para marcas como Eduardo Kano e Olga Bolaños.
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Em 2010, foi pré-candidata ao Miss Venezuela, mas não conseguiu se classificar.
Mesmo assim, ganhou mais tarde a coroa de Miss Turismo Carabobo, estado onde fica a cidade de Valencia.
Política
Génesis era uma modelo preocupada com o seu país e que se interessava por política.
Não foi à toa que fez questão de participar da manifestação em sua cidade no dia 19.
Nos dias que antecederam a sua morte, postou em seu Twitter mensagens de Leopoldo López sobre as manifestações.
Ela também retuítou a mensagem A oposição unida deve defender Leopoldo López e Maria Corina Machado diante da intenção do governo de prendê-los.
Em 2013, já se mostrava favorável à oposição e às mudanças na Venezuela.
Em abril, postou uma imagem difundida por Henrique Capriles no Twitter.
Na foto, aparentemente, membros do governo fabricavam votos nas eleições para favorecer Nicolás Maduro.
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