Barack Obama: assim como a reforma do sistema de saúde, democratas devem conseguir aprovar mudanças no sistema financeiro sem votos dos republicanos (Arquivo/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2010 às 09h42.
Washington - O Congresso dos Estados Unidos alcançou hoje um acordo preliminar, após mais de 20 horas de negociações, sobre o texto da reforma financeira mais ambiciosa desde a Grande Depressão e que agora será votada nas duas câmaras.
O acordo representa uma vitória para o presidente Barack Obama que irá à cúpula do Grupo dos Vinte (G20, os países ricos e os principais emergentes) em Toronto com uma prova de que os Estados Unidos fizeram alto de concreto para evitar as crises financeiras com impacto global.
A reforma afeta todos os âmbitos do setor financeiro, pois inclui medidas de proteção ao consumidor, maior poder de supervisão ao Governo, regula pela primeira vez os mercados de derivados e limita a possibilidade dos bancos, como ocorreu em anos anteriores, arriscarem seus fundos.
O compromisso entre as versões da Câmara de Representantes e o Senado faz prever que a reforma financeira será aprovada da mesma maneira que o sistema sanitário em março passado, sem um só voto republicano.
A votação no comitê negociador se desenvolveu estritamente com critérios partidários: os 20 representantes democratas do Congresso votaram a favor e os 11 republicanos contra, enquanto os 7 senadores democratas também votaram a favor e os 5 republicanos contra.
A reforma, na qual o Congresso trabalhou durante um ano, afetará uma gama muito ampla de transações financeiras desde as compras com cartão no supermercado até as operações mais complexas com títulos e ações em Wall Street.
Ansiosos por prevenir outro colapso financeiro como o de 2008, os legisladores incorporaram um sistema de alarmes de riscos, criaram um escritório de proteção financeira do consumidor que terá amplas atribuições e marcaram passos para a liquidação das grandes empresas financeiras que caiam em sérios problemas.