Mundo

Congresso dos EUA corre contra o relógio em limite da dívida

Presidente Barack Obama exortou os parlamentares a fecharem um acordo e evitar o que chamou de um default "indescupável"

Saga da dívida americana transferiu-se para o Senado na noite de sexta-feira, depois que a Câmara dos Deputados aprovou um plano de redução do déficit (Getty Images)

Saga da dívida americana transferiu-se para o Senado na noite de sexta-feira, depois que a Câmara dos Deputados aprovou um plano de redução do déficit (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2011 às 14h09.

Washington - Com a proximidade da data limite para evitar um calote do governo norte-americano, os líderes parlamentares dos EUA vivem um tenso final de semana de negociações para tentar chegar a um acordo para elevar o teto da dívida de 14,3 trilhões de dólares do país.

Senadores democratas tentavam liderar a iniciativa pressionando pelo avanço do seu plano de redução de déficit, mas diferenças arraigadas permaneciam menos de 100 horas antes de o governo possivelmente ser forçado a dizer que não poderá mais tomar recursos emprestados para pagar suas contas.

Um clima azedo dominava o Capitólio em meio a acusações de lideranças democratas no Senado de que os colegas republicanos se recusavam a conversar, após seu líder Mitch McConnell dizer que queria negociar diretamente com a Casa Branca.

O presidente Barack Obama exortou os parlamentares a fecharem um acordo e evitar o que chamou de um default "indescupável".

"Há múltiplas maneiras de resolver esse problema", disse o democrata Obama em seu pronunciamento semanal. "O Congresso precisa encontrar um terreno comum em um plano que possa receber apoio de ambos os partidos. E é preciso que seja um plano que eu possa assinar até terça-feira."

A saga da dívida americana transferiu-se para o Senado na noite de sexta-feira, depois que a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, aprovou um plano de redução do déficit, rompendo uma semana de inércia política.

O Senado, dominado pelos democratas, rejeitou prontamente o plano, como era esperado, mas a aprovação anterior pelos deputados aumentou a esperança de que as duas casas cheguem a um acordo final.

O clima no Senado rapidamente azedou, no entanto, quando líderes democratas acusaram raivosamente o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, de se recusar a falar com eles.

O líder democrata do Senado, Harry Reid, modificou seu plano, incluindo pontos de uma proposta anterior de McConnell, com a esperança de obter os votos republicanos, mas recusou a oferta de McConnell de votar o plano imediatamente --um sinal de que o próprio Reid ainda não tem apoio suficiente.

A expectativa é que o Senado vote a proposta na manhã de domingo, abrindo espaço para uma deliberação final na segunda-feira, pouco antes da abertura dos mercados financeiros nos EUA. A Câmara dos Deputados marcou a votação de uma versão do plano de Reid para 15h (horário de Brasília) deste sábado.

O governo americano pode não ter dinheiro para pagar suas dívidas na terça-feira a menos que o Congresso concorde em elevar o teto da dívida de 14,3 trilhões de dólares.

"O país está em crise. Esse não é o momento para a costumeira política", disse o senador democrata Charles Schumer em uma coletiva de imprensa.

Apesar da dura retórica, há esperanças de que conversas de bastidores levarão a um acordo no final de semana. Os democratas dizem que muitos republicanos estão prontos a chegar a um acordo, mesmo que McConnell não esteja.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaCaloteEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Município de Jerusalém quer criar 1.440 unidades habitacionais no local da sede da UNRWA

Irã planeja aumentar orçamento de Defesa em quase 200%

Voto latino é fundamental nos EUA, mas ainda negligenciado pelos partidos

Diferença entre Kamala e Trump vai para 1 ponto, diz pesquisa Reuters/Ipsos