Xi assumiu o país num momento de questionamentos sobre o ritmo de crescimento da economia e em meio a uma série de escândalos de corrupção dentro do partido
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2017 às 06h10.
Última atualização em 18 de outubro de 2017 às 07h06.
O 19o Congresso do Partido Comunista Chinês, que começa nesta quarta-feira em Pequim, marca a consolidação do poder do presidente Xi Jinping, que será reconduzido ao cargo até 2022. A manutenção é natural dentro do partido de 89 milhões de integrantes que comanda o país desde 1949.
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Mas a concentração de poder de Xi não tem precedentes na história recente. Ele foi chamado pela revista britânica Economist de “o homem mais poderoso do planeta” e um número crescente de analistas se pergunta se ele de fato deixará o cargo em 2022 ou se pode tentar um incomum terceiro mandato.
Xi assumiu o país num momento de questionamentos sobre o ritmo de crescimento da economia e em meio a uma série de escândalos de corrupção dentro do partido comunista. Levou a cabo uma grande campanha anticorrupção e fez de Wang Qishang, seu braço direito e responsável pelo projeto, uma das principais lideranças do país. Também elevou a censura a veículos de imprensa e a empresas de tecnologia.
No campo econômico, incentivou a expansão de indústrias inovadoras, de startups, e de empresas ligadas à energia limpa, dando um novo sopro de crescimento ao país.
Seu maior objetivo é retomar a influência e o poderia internacional que a China sempre teve historicamente até as derrotas militares para os ingleses, no século 19.
Desde então, o país vem se reconstruindo internamente, e Xi levou as investidas internacionais a um outro patamar. A China instalou sua primeira base militar no exterior, em Djibouti, no chifre da África, e virou o segundo maior investidor internacional do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos. É, inclusive, o maior parceiro comercial do Brasil.
Recentemente, Xi lançou o projeto One Belt One Road, uma ambiciosa iniciativa de investimentos que unirá por terra e água os países da área de influência chinesa.
O presidente chinês ainda tem aproveitado as brechas deixadas por Donald Trump para virar o maior embaixador mundial da globalização e da sustentabilidade. Ambição não falta a Xi, nem aos chineses.