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Congresso consegue assinaturas para CPI de Cachoeira

Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, é acusado de comandar uma rede de jogos ilegais

Caberá agora à vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas, convocar uma sessão do Congresso Nacional para votar a instalação da CPI, o que deve acontecer na quinta-feira (Roosewelt Pinheiro/Abr)

Caberá agora à vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas, convocar uma sessão do Congresso Nacional para votar a instalação da CPI, o que deve acontecer na quinta-feira (Roosewelt Pinheiro/Abr)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2012 às 23h22.

Brasília - O Congresso conseguiu coletar nesta terça-feira o número suficiente de assinaturas para instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre as ligações políticas do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais.

Caberá agora à vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), convocar uma sessão extraordinária do Congresso Nacional para votar a instalação da CPI, o que deve acontecer na quinta-feira, segundo o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

No Senado, onde era necessário um mínimo de 27 assinaturas, foram coletadas ao menos 60. Na Câmara, líderes partidários conseguiram reunir pelo menos 324 assinaturas de apoio à instalação CPI.

Rose está na presidência interina do Congresso Nacional porque o presidente do Senado, José Sarney, que também preside o Congresso, pediu licença médica nesta terça-feira pelo prazo de 15 dias.

Sarney, de 81 anos, está internado desde sábado em São Paulo por problemas cardíacos. Ele foi submetido a um cateterismo e a uma angioplastia para a colocação de stents, pequenas estruturas tubulares que dilatam as artérias.

Segundo deputados, dificilmente a CPI mista seria instalada antes de quinta-feira por causa da conferência das assinaturas. Depois da pressa na última semana, parlamentares tanto do Senado quanto da Câmara pareciam desde a segunda-feira ter "perdido a pressa" em ver a comissão mista funcionando.

Parlamentares do PMDB e do PT ouvidos pela Reuters disseram que há temor de que as investigações da CPI, iniciada com a intenção de apurar ligações de Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e outros políticos da oposição, também atinjam aliados e até mesmo o governo.

À Reuters, Maia negou que houvesse qualquer pedido do Planalto para protelar a instalação.

Deputados que participaram da reunião de líderes na Câmara na tarde desta terça-feira disseram que não havia clima de pressa, já que a instalação é dada como certa. Mesmo assim, havia muita confusão sobre os nomes indicados para o comando da comissão.


Um dos indicados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse não ter recebido convite formal da liderança do PT. O líder do partido, que irá indicar o relator, afirmou que a decisão será tomada em reunião da bancada.

"São mais de 80 deputados do PT, pelo menos metade gostaria de assumir a relatoria", afirmou Maia para explicar a demora na indicação.

Na última semana, pelo menos três deputados petistas fugiram da indicação. No Senado, é quase certo o nome de Vital do Rego (PMDB) para a presidência da comissão. Outros senadores sugeriam ainda o nome de Romero Jucá (PMDB) para a tarefa.

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