Mundo

Confrontos na Amazônia peruana deixam 1 morto e 38 feridos

Entre os feridos 27 são manifestantes e um deles está em estado grave. Os outros 11 são agentes policiais

Madre de Dios sofre as consequências da febre do ouro que fez com que milhares de mineradores buscassem o metal em seus rios e afluentes (Håkan Svensson/ Wikimedia Commons)

Madre de Dios sofre as consequências da febre do ouro que fez com que milhares de mineradores buscassem o metal em seus rios e afluentes (Håkan Svensson/ Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2012 às 15h34.

Lima - Uma pessoa morreu e 38 ficaram feridas nesta quarta-feira nos graves confrontos entre mineradores ilegais e a polícia na cidade de Puerto Maldonado, em plena floresta amazônica, informou à Agência Efe a Defensoria Pública.

A vítima era um manifestante que recebeu um tiro. Entre os feridos 27 são manifestantes e um deles está em estado grave. Os outros 11 são agentes policiais, afirmou o representante da Defensoria na região de Madre de Dios, Guimo Loaiza.

'Há muita preocupação em torno da situação dos confrontos, com atos de violência que tiveram como saldo uma pessoa morta, que participava do protesto', afirmou Loaiza à Efe.

'A pessoa que morreu sofreu o impacto de uma bala, provavelmente disparada por policiais. As vias estão bloqueadas em várias ruas da região e não foi possível liberá-las até agora', relatou o representante.

Loaiza afirmou que os mineradores ilegais, que protestam contra leis que punem suas atividades com detenção, começaram suas ações violentas na madrugada desta quarta.

Os manifestantes tentaram fazer um cerco ao aeroporto e tomar o mercado da cidade, assim como bloquear as principais ruas, indicou a fonte.


'O aeroporto não foi tomado, mas ainda há um grupo que está protestando nos arredores. O mercado foi tomado em um momento, mas a polícia já restabeleceu a ordem e os mineradores já se encontram fora dali', disse Loaiza.

As autoridades locais decidiram nesta quarta-feira suspender as aulas nas escolas, enquanto as lojas e escritórios permanecem fechados em Puerto Maldonado.

Os mineradores ilegais de Madre de Dios vêm realizando desde a semana passada mobilizações e bloqueios de vias como protesto por recentes decretos legislativos que penalizam suas atividades com até 10 anos de prisão e que entrarão em vigor em meados deste mês.

Na última segunda-feira, uma reunião entre os mineradores ilegais e uma delegação do governo foi cancelada pela falta de acordo sobre o número de participantes, embora tenha sido proposto realizar um novo encontro na próxima sexta-feira, segundo informou o ministro do Meio Ambiente peruano, Manuel Pulgar-Vidal.

Madre de Dios sofre as consequências da febre do ouro que fez com que milhares de mineradores buscassem o metal em seus rios e afluentes. Nesse processo, os trabalhadores causaram erosão na floresta e jogaram mercúrio e cianureto na água, segundo as análises de universidades, ONGs internacionais e instituições peruanas. 

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaAmérica LatinaPeruPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA