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Confrontos marcam aniversário do golpe no Chile

Os tumultos aumentaram os temores da população, principalmente depois do atentado, na segunda-feira, realizado na galeria comercial de uma estação de metrô

Apoiadores de Allende: ex-presidente cometeu suicídio em vez de se render aos golpistas (Ivan Alvarado/Reuters)

Apoiadores de Allende: ex-presidente cometeu suicídio em vez de se render aos golpistas (Ivan Alvarado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 16h08.

São Paulo - Atos de vandalismo na periferia de Santiago, explosões de bombas e a queima de um ônibus urbano, além de barricadas incendiárias, marcaram nesta quinta-feira 41º aniversário do golpe militar de 1973, que derrubou o presidente Salvador Allende e deu início à ditadura de Augusto Pinochet.

Na periferia da capital, um ônibus policial foi atacado por tiros, cujos estilhaços feriram os olhos de um policial. Durante a noite, grupos entraram em confronto com a polícia e lançaram pedras e bombas incendiárias contra os oficiais.

A polícia deteve sete pessoas. Um grupo destruiu uma agência bancária ao explodir cilindros de gás para roubar um caixa eletrônico, informou a polícia.

Os tumultos aumentaram os temores da população, principalmente depois do atentado, na segunda-feira, realizado na galeria comercial de uma estação de metrô, que deixou 14 feridos.

Nos dias seguintes foram registradas várias ameaças de bomba, o que provocou a intervenção de agentes especiais da polícia que, ao fechar estações de metrô, provocaram vários atrasos no serviço de transporte. Foi o pior ataque deste tipo em quase 20 anos.

O governador da região metropolitana de Santiago, Claudio Orrego, disse que a polícia destacou 97 áreas "complexas" da cidade onde, em outros aniversários do golpe, aconteceram distúrbios.

A segurança foi reforçada nesses locais, assim como nas estações de metrô.

No Palácio de La Moneda, a presidente Michelle Bachelet liderou um ato para lembrar o golpe de 1973, que deu início a uma ditadura que só terminou em 1990.

Ela também fez um enérgico pedido para que civis e militares que tenham informações sobre desaparecidos durante a ditadura passem os dados para as autoridades.

O chilenos continuam divididos a respeito da ditadura de Pinochet e os aniversários do golpe costumam ser marcados por manifestações violentas.

Durante o golpe de 1973, jatos atacaram o palácio presidencial e tanques e soldados cercaram o prédio, que pegou fogo. Allende, um presidente democraticamente eleito, cometeu suicídio em vez de se render aos golpistas.

O golpe recebeu inicialmente o apoio de muitos chilenos, que estavam cansados com a hiperinflação e falta de alimentos, mas por outro lado a ação militar destruiu um sistema político e econômico do qual os chilenos tinham orgulho de descrever como a mais sólida democracia da América Latina.

Pinochet interrompeu as reformas de Allende. Ele privatizou os sistemas previdenciário e de abastecimento de água, derrubou barreiras comerciais e encorajou as exportações, construindo um modelo de mercado aberto ao qual muitos creditam o rápido crescimento econômico e a estabilidade institucional.

Mas a prosperidade teve um alto custo. Pinochet fechou o Congresso, colocou partidos políticos na clandestinidade e forçou milhares de dissidentes ao exílio.

Cerca de 40 mil pessoas foram mortas, torturadas ou presas por questões políticas durante o governo Pinochet.

Com informações da Associated Press.

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