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Confronto étnico deixa ao menos 15 mortos na Rep. do Congo

Há várias semanas, o país é palco de fortes tensões étnicas

1. República Democrática do Congo (Getty Images)

1. República Democrática do Congo (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2016 às 16h48.

Pelo menos 15 pessoas morreram hoje (8) durante confrontos entre grupos armados numa zona do Leste da República Democrática do Congo (RDCongo), que, há várias semanas, é palco de fortes tensões étnicas.

“Houve confrontos na Ladeira de Mukeberwa, na província de Kivu do Norte. “Segundo as informações que recebi, entre 15 e 30 pessoas morreram”, informou à agência de notícias francesa AFP Bokele Joy, administrador do território de Lubero, onde ocorreram os combates.

Bokele Joy acrescentou que era difícil ser mais preciso quanto ao número de vítimas, porque os confrontos ocorreram numa zona onde “não há nem FARDC (exército da RDCongo) nem polícia nacional congolesa”.

De acordo com o administrador, os combates foram provocados pelo ataque da milícia Maï-Maï Nande à aldeia de Mukeberwa, controlada por rebeldes Hutu ruandeses das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR).

A aldeia está localizada na fronteira ente os territórios de Lubero e de Walikale, no Centro-Leste do Kivu do Norte, província devastada por conflitos armados há mais de 20 anos.

Os Maï-Maï são uma milícia de autodefesa, muitas vezes constituída segundo critérios étnicos. A tensão é muito elevada entre comunidades Hutu congolesa e Nande no Sul do território de Lubero.

Na noite de 6 para 7 de janeiro, 16 ou 17 nandes, entre os quais as duas mulheres e a filha do “mwami” (líder tradicional) local, foram mortas numa aldeia da região, Miriki, por supostos rebeldes Hutu ruandeses das FDLR.

Desde então, várias pessoas morreram em confrontos entre Hutu e Nande naquela zona. Há vários meses que os líderes Nande da região de Miriki se opõem ao regresso de Hutu congoleses, aos quais acusam de cumplicidade com as FDLR.

Segundo a Missão da ONU na RDCongo (Monusco) e as autoridades locais, o massacre de Miriki aumentou as tensões intercomunitárias na região.

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