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Confrontos entre Rússia e Ucrânia ignoram cessar-fogo

No último posto de checagem ucraniano na rodovia que leva à Debaltseve, ruídos fortes de bombardeios podiam ser ouvidos à distância


	Soldados ucranianos: no último posto de checagem ucraniano, ruídos fortes de bombardeios podiam ser ouvidos à distância
 (Manu Brabo/AFP)

Soldados ucranianos: no último posto de checagem ucraniano, ruídos fortes de bombardeios podiam ser ouvidos à distância (Manu Brabo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2015 às 11h10.

Lugansk - Trocas de artilharia intensas entre as forças do governo ucraniano e separatistas apoiados pela Rússia ocorreram, nesta segunda-feira, perto de uma cidade estratégica no leste da Ucrânia. Os confrontos ameaçam o acordo de cessar-fogo fechado por líderes europeus na semana passada.

Segundo os termos do acordo negociado pelos líderes da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França, os lados em confronto começariam a retirar as armas pesadas da linha de frente na terça-feira. Esse plano já parece está em risco, com os rebeldes dizendo que não estava satisfeitos com as condições reunidas para que o processo continuasse.

Jornalistas da Associated Press, em Luhanske, uma cidade controlada pelo governo a 15 quilômetros a noroeste do disputado centro ferroviário de Debaltseve, disseram ter ouvido bombardeios regulares hoje. Algumas das artilharias pareciam vir de longe, sugerindo que poderiam ser de tropas ucranianas.

Debaltseve, ainda nas mãos do governo, continua sendo disputada, apesar do cessar-fogo. Os rebeldes insistem que a cidade deve ficar sob seu controle, visto que foi cercada por seus combatentes.

Um lançador de foguetes carregado foi visto sendo apontado na direção de Debaltseve, mas ele não foi acionado enquanto os jornalistas da Associated Press estavam presentes.

No último posto de checagem ucraniano na rodovia que leva à Debaltseve, ruídos fortes de bombardeios podiam ser ouvidos à distância, apesar de habitantes e soldados na região afirmarem que a intensidade era mais fraca que a registrada antes do cessar-fogo.

Os soldados no posto de secagem rejeitaram os pedidos rebeldes para que as unidades em Debaltseve fossem cercadas, afirmando que os suprimentos ainda continuavam a entrar na região.

Confrontos espalhados também foram relatados no sul, perto Mariupol, onde as forças de Kiev nas últimas semanas tinha procurado afastar as unidades separatistas. Mas porta-vozes militares em Kiev afirmaram hoje que a luta foi muito intensa em torno Shirokyne, leste de Mariupol, para permitir os preparativos para a retirada das armas.

O líder rebelde Eduard Basurin disse que a retirada começaria "só depois de um completo cessar-fogo", de acordo com a agência de notícias separatista.

Observadores da Organização de Segurança e Cooperação na Europa, que supostamente monitora a implementação do acordo de paz, disserem ontem que os separatistas negaram acesso à cidade de Debaltseve.

Apesar do cessar-fogo que entrou em vigor na manhã de ontem, cinco soldados ucranianos foram mortos e 25 feridos nas últimas 24 horas, afirmou o porta-voz do Exército da Ucrânia, Andriy Lysenko, nesta segunda-feira.

Em Nova York, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, expressou preocupação sobre as contínuas hostilidades perto de Debaltseve, pedindo que "todas as partes respeitem o cessar-fogo, sem exceção".

O cessar-fogo tinha desencadeado esperanças, embora cautelosas, sobre um fim nos 10 meses de conflito, que já custaram mais de 5.300 vidas. Mas a Ucrânia e os oficiais rebeldes trocaram várias acusações de ataques desde então.

O oficial do exército separatista Eduard Basurin disse em uma coletiva de imprensa televisionada que o governo ucraniano lançou ataques em Horlivka, uma cidade sob controle rebelde. A Ucrânia culpou os rebeldes, no entanto, pelo ataque. O chefe de polícia indicado pelo governo para a região de Donetsk, Vyacheslav Abroskin, afirmou que os separatistas bombardearam a cidade, a fim de inviabilizar a trégua.

Os separatistas e o governo da Ucrânia insistem que estão comprometidos com o cessar-fogo negociado nas reuniões realizadas na semana passada. No entanto, segundo a agência de notícias russa Interfax, Basurin disse hoje que as condições não estão prontas ainda para que as armas pesadas sejam retiradas. "Nós iniciaremos a retirada do equipamento, se nós recebemos um sinal certo, sobre se a Ucrânia fará a mesma coisa", afirmou oficial do exército separatista. "Se as forças armadas ucranianas não pararem os ataques, que violam os acordos de Minsk, a milícia da República Popular de Donetsk não vai retirar suas armas", acrescentou.

Ambos os lados devem realizar uma videoconferência nesta segunda-feira, mediada pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, para discutir a implementação do acordo. O líder rebelde Denis Pushilin afirmou a agências de notícias russas que Kiev apertou o controle nos postos de checagem que ficam na direção de áreas rebeldes em um movimento que, seguindo ele, "fortalece o bloqueio econômico" e contraria os acordos de Minsk. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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