Mundo

Conflitos atuais colocam mundo à beira de 'década mais perigosa', diz relatório

A edição de 2024 do balanço militar do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), sediado em Londres, observa que o mundo entrou em um "ambiente de segurança altamente volátil" no ano passado

Destruição na Ucrânia (Sergey Bobok/Getty Images)

Destruição na Ucrânia (Sergey Bobok/Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 13 de fevereiro de 2024 às 11h14.

A guerra entre Israel e Hamas, o conflito na Ucrânia e as tensões crescentes entre China e Irã prevem "uma década mais perigosa" no mundo, alertou nesta terça-feira (13) o instituto especializado em defesa IISS.

A edição de 2024 do balanço militar do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), sediado em Londres, observa que o mundo entrou em um "ambiente de segurança altamente volátil" no ano passado.

Esta organização acredita que a situação de instabilidade continuará e cita também a vitória do Azerbaijão contra os separatistas armênios em Nagorno-Karabakh ou os golpes de Estado no Níger e no Gabão.

"A atual situação de segurança militar pressagia o que provavelmente será uma década mais perigosa, caracterizada pelo recurso acentuado por parte de alguns à força militar para fazer valer suas exigências", afirma o documento.

Soma-se a isto "o desejo entre as democracias que compartilham os mesmos valores de reforçar os laços bilaterais e multilaterais em questão de defesa, como resposta a esta situação".

- Conflito na Ucrânia -

No caso do conflito na Ucrânia, quase dois anos após sua conflagração, o IISS prevê que o Exército russo perdeu cerca de 3.000 carros de combate, o mesmo número que dispunha em fevereiro de 2022.

Segundo o estudo, a Rússia compensou suas perdas recorrendo ao seu contingente de veículos que não estavam em serviço naquele momento, sendo forçada a privilegiar a quantidade em detrimento da qualidade.

Por outro lado, a Ucrânia tem conseguido reparar suas perdas em equipamento militar graças à ajuda ocidental, ganhando em qualidade.

Segundo o relatório, o Exército ucraniano demonstrou "engenhosidade", sobretudo no Mar Negro, com o uso de drones marinhos.

- Aumento de gastos militares -

Ao todo, os gastos militares no mundo aumentaram 9% no ano passado, chegando aos US$ 2,2 bilhões (quase R$ 11 bilhões na cotação da época), um valor sem precedentes, de acordo com o IISS, e que espera novo aumento em 2024.

A organização explica que este fenômeno se deu, principalmente, devido à guerra na Ucrânia e às tensões em torno da China.

O relatório foi publicado no momento em que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, levantou a possibilidade de parar de defender os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que não pagassem suas dívidas.

De acordo com o IISS, apenas 10 dos 31 países-membros desta aliança atlântica estão cumprindo o objetivo de dedicar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ao gastos militares, embora 19 o tenham aumentado.

O relatório também observa que Rússia e China dedicam agora mais de 30% de seus gastos públicos ao setor militar, enquanto o Ocidente está aumentando "lentamente" a sua produção de mísseis e munições, após anos de investimentos insuficientes.

A guerra entre Israel e Hamas, o conflito na Ucrânia e as tensões crescentes entre China e Irã prevem "uma década mais perigosa" no mundo, alertou nesta terça-feira (13) o instituto especializado em defesa IISS.

A edição de 2024 do balanço militar do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), sediado em Londres, observa que o mundo entrou em um "ambiente de segurança altamente volátil" no ano passado.

Esta organização acredita que a situação de instabilidade continuará e cita também a vitória do Azerbaijão contra os separatistas armênios em Nagorno-Karabakh ou os golpes de Estado no Níger e no Gabão.

"A atual situação de segurança militar pressagia o que provavelmente será uma década mais perigosa, caracterizada pelo recurso acentuado por parte de alguns à força militar para fazer valer suas exigências", afirma o documento.

Soma-se a isto "o desejo entre as democracias que compartilham os mesmos valores de reforçar os laços bilaterais e multilaterais em questão de defesa, como resposta a esta situação".

- Conflito na Ucrânia -

No caso do conflito na Ucrânia, quase dois anos após sua conflagração, o IISS prevê que o Exército russo perdeu cerca de 3.000 carros de combate, o mesmo número que dispunha em fevereiro de 2022.

Segundo o estudo, a Rússia compensou suas perdas recorrendo ao seu contingente de veículos que não estavam em serviço naquele momento, sendo forçada a privilegiar a quantidade em detrimento da qualidade.

Por outro lado, a Ucrânia tem conseguido reparar suas perdas em equipamento militar graças à ajuda ocidental, ganhando em qualidade.

Segundo o relatório, o Exército ucraniano demonstrou "engenhosidade", sobretudo no Mar Negro, com o uso de drones marinhos.

- Aumento de gastos militares -

Ao todo, os gastos militares no mundo aumentaram 9% no ano passado, chegando aos US$ 2,2 bilhões (quase R$ 11 bilhões na cotação da época), um valor sem precedentes, de acordo com o IISS, e que espera novo aumento em 2024.

A organização explica que este fenômeno se deu, principalmente, devido à guerra na Ucrânia e às tensões em torno da China.

O relatório foi publicado no momento em que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, levantou a possibilidade de parar de defender os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que não pagassem suas dívidas.

De acordo com o IISS, apenas 10 dos 31 países-membros desta aliança atlântica estão cumprindo o objetivo de dedicar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ao gastos militares, embora 19 o tenham aumentado.

O relatório também observa que Rússia e China dedicam agora mais de 30% de seus gastos públicos ao setor militar, enquanto o Ocidente está aumentando "lentamente" a sua produção de mísseis e munições, após anos de investimentos insuficientes.

- China e Irã -

O documento afirma que a China continua a política de modernização de suas forças estratégicas e de transformação do seu Exército em uma "força de projeção" capaz de intervir longe das suas fronteiras.

O IISS sinaliza ainda que o Irã está cada vez mais presente em diversas áreas de conflito, como demonstra o envio de mísseis aos rebeldes huthis iemenitas, cujos ataques no Mar Vermelho estão afetando o comércio mundial, bem como o fornecimento de drones à Rússia nos combates contra a Ucrânia.

Acompanhe tudo sobre:GuerrasConflito árabe-israelense

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro