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Refugiados e deslocados na Ucrânia já somam 1 milhão

Pessoas abandonaram suas casas e se deslocaram para o interior do país ou para o exterior. Há. inclusive, quem tenha solicitado asilo em diferentes países da UE


	Lugansk, na Ucrânia: em 5 de agosto, foram contabilizados 117 mil deslocados
 (Valentyn Ogirenko/Reuters)

Lugansk, na Ucrânia: em 5 de agosto, foram contabilizados 117 mil deslocados (Valentyn Ogirenko/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2014 às 09h36.

Genebra - O conflito na Ucrânia obrigou mais de um milhão de pessoas a abandonarem seus lares e se tornarem deslocados internos e refugiados, anunciou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

"Sim, podemos afirmar neste momento que por causa do conflito na Ucrânia um milhão de pessoas abandonaram seus lares e estão ou no interior do país ou no exterior, ou solicitaram asilo em diferentes países da União Europeia", afirmou o diretor do Escritório para a Europa do Acnur, Vincent Cochetel.

Nas últimas três semanas, o número de pessoas que abandonaram seus lares e se refugiaram em outros pontos do país duplicou até chegar a 260 mil.

"Os combates no leste da Ucrânia, particularmente em Donestsk, Lugansk e nas cidades vizinhas, obrigaram mais pessoas a abandonarem seus lares e aumentaram as necessidades humanitárias", disse o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards.

Em 5 de agosto, o Acnur contabilizou 117 mil deslocados e, ontem, 1º de setembro, este número subiu para 260 mil.

O organismo, no entanto, considera que o número real de deslocados "é muito maior", pois muitas pessoas se alojam com parentes e amigos e não são registradas, ressaltou o porta-voz.

A maioria dos deslocados (94%) é composta por residentes do leste da Ucrânia e foi para áreas de Donestsk, Kharliv e Kiev.

Por causa dos combates, o Acnur não pôde verificar qual é exatamente a situação em Lugansk, por isso a organização vai enviar nesta semana um grupo de analistas à região para poder analisar a situação no terreno.

As autoridades informaram que durante a semana passada 10 mil pessoas deixaram Mariupol, em Donestsk.

Segundo as autoridades ucranianas, dois milhões de pessoas permanecem nas zonas em conflito.

A população que permanece nessas áreas tem um "acesso limitado" à água e outras necessidades básicas.

Os moradores de Lugansk não contam com fornecimento de água e comida há um mês e enfrentam diariamente cortes de energia.

Os deslocamentos de pessoas no interior do país são constantes e se constatou que após o governo ter retomado o controle de zonas do norte de Donetsk, que estavam nas mãos dos rebeldes pró-Rússia, cerca de 20 mil pessoas retornaram para seus lares.

As autoridades locais de Sloviansk estimam que enquanto no pico do conflito 40% da população abandonou a cidade, agora a grande maioria (90%) retornou.

Por outro lado, o número de ucranianos que entraram em território russo chega a 814 mil, segundo dados do governo da Rússia citados pelo Acnur.

Só em agosto, 66 mil ucranianos solicitaram asilo a Moscou. Segundo o serviço russo de migrações, o número total de ucranianos que solicitaram asilo no país neste ano chegou a 121.190 pessoas.

Além disso, outras 138.825 pessoas solicitaram outras formas administrativas de residência na Rússia, embora a grande maioria está entrando no país graças ao regime de exceção de visto para os ucranianos.

Além disso, outros 4.106 ucranianos solicitaram asilo na União Europeia, especialmente na Polônia (1.082), Alemanha (556), Suécia (500) e Belarus (380), embora o número real dos que buscam permanecer nesses países pode ser muito maior.

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