Mundo

Confirmada pena de 20 anos de prisão para ex-presidente sul-coreana

Esta decisão encerra um longo processo judicial que se seguiu à queda da ex-chefe de Estado após vários meses de protestos em massa

Confirmada pena de 20 anos de prisão para ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye (AFP/AFP)

Confirmada pena de 20 anos de prisão para ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 10h33.

Última atualização em 14 de janeiro de 2021 às 20h52.

O Supremo Tribunal da Coreia do Sul confirmou, nesta quinta-feira (14), a sentença de 20 anos de prisão para a ex-presidente Park Geun-hye pelo escândalo de corrupção que precipitou seu impeachment em 2017.

Esta decisão encerra um longo processo judicial que se seguiu à queda da ex-chefe de Estado após vários meses de protestos em massa.

Primeira mulher eleita para a Presidência da Coreia do Sul, Park foi condenada em 2018 a 30 anos de prisão por corrupção e abuso de poder.

Após uma série de recursos e de novos julgamentos, a sentença foi reduzida para 20 anos de prisão.
Nesta quinta, o caso voltou pela segunda vez ao Supremo Tribunal, que manteve a sentença de 20 anos.

A mais alta corte também aprovou as multas e indenizações que chegam a 21,5 bilhões de wons (16 milhões de euros).

Park, que há muito boicota as audiências denunciando uma suposta parcialidade da Justiça, esteve ausente nesta quinta-feira no tribunal.

Ela também acabou condenada a dois anos de prisão por violações da lei eleitoral.

A ex-presidente terá mais de 80 anos quando tiver cumprido os 22 anos de prisão a que foi condenada.
Park foi considerada culpada de receber, ou de pedir dezenas de milhões de dólares a empresas sul-coreanas, como a Samsung Electronics, de compartilhar documentos secretos, de "colocar em uma lista negra" artistas que criticavam sua política e de demitir autoridades que se opunham aos seus abusos de poder.

O escândalo expôs o conluio perturbador entre esses conglomerados familiares e o poder político, por meio de Park, ou de sua confidente Choi Soon-sil, que aceitou subornos em troca de favores políticos.
Depois de ser destituída do cargo, o advogado de centro-esquerda Moon Jae-in chegou ao poder em 2017, graças à perda de credibilidade dos conservadores.

A Coreia do Sul é conhecida pela severidade de sua Justiça para com ex-chefes de Estado. A tal ponto que os quatro ex-presidentes sul-coreanos ainda vivos foram condenados no final de seu mandato.

O ex-chefe de Estado Roh Moo-hyun cometeu suicídio em 2009, após ser interrogado por suspeitas de corrupção envolvendo sua família.

O fim do processo judicial significa que Park pode agora buscar o perdão presidencial.

Algumas semanas atrás, o chefe do Partido Democrata (centro-esquerda) no poder disse que estava pensando em "sugerir" perdão para Park e para Lee Myung-bak, outro ex-presidente condenado. Essas declarações geraram uma enxurrada de críticas tanto da direita quanto da esquerda.

Acompanhe tudo sobre:Coreia do SulPrisões

Mais de Mundo

Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada