Mundo

Confira os principais momentos do grupo separatista ETA

Criado em 1959 durante a ditadura espanhola, o ETA anunciou hoje o fim de todas as atividades políticas do grupo

ETA: o grupo separatista anunciou em 2011 o fim de suas atividades armadas (Reuters/Reuters)

ETA: o grupo separatista anunciou em 2011 o fim de suas atividades armadas (Reuters/Reuters)

A

AFP

Publicado em 3 de maio de 2018 às 14h39.

Seguem abaixo os principais momentos da organização separatista basca espanhola ETA, que anunciou nesta quinta-feira (3) a sua dissolução e o fim de toda a sua atividade política:

Luta contra o franquismo

- 31 de julho de 1959: Criação, em plena ditadura espanhola, do ETA (Euskadi Ta Askatasuna: Pátria Basca e Liberdade) por um grupo de estudantes nacionalistas inspirados pelos movimentos revolucionários de libertação.

- 7 de junho de 1968: Um policial é morto a tiros em San Sebastián, no primeiro ataque oficialmente atribuído ao ETA, que será responsabilizado pela morte de pelo menos 829 pessoas em 40 anos de luta armada.

- 20 de dezembro de 1973: O almirante Carrero Blanco, homem forte do regime do ditador Francisco Franco, é assassinado em Madri, em um atentado a bomba.

A democracia visada

- 15 de outubro 1977: Dois anos após a morte de Francisco Franco, uma anistia geral é decretada aos prisioneiros políticos, incluindo os do ETA, pelo primeiro governo democrático.

- 25 de outubro de 1979: Aprovação do status autônomo do País Basco.

- 1980: O ano mais sangrento do ETA, que continuou sua ação clandestina, com pelo menos 92 mortos em ataques.

- Dezembro de 1983: Surgimento dos GAL, organização parapolicial responsável por 28 assassinatos de militantes bascos até 1987.

- 19 de junho de 1987: Ataque mais mortífero do ETA, com 21 mortos em uma explosão de carro-bomba em Barcelona (nordeste).

- 12 de julho de 1997: ETA disparou dois tiros na nuca do jovem conservador Miguel Ángel Blanco, de 29 anos, depois de um sequestro de 48 horas que manteve o país sem ar. Os médicos não conseguiram salvá-lo. Sua morte em 13 de julho resultou em protestos sem precedentes de milhões de pessoas contra o ETA.

Quente e frio

- 16 de setembro de 1998: Anúncio de uma trégua unilateral e ilimitada pelo ETA, que o grupo denuncia no final de 1999, após o fracasso das discussões com o governo.

- 17 de março de 2003: O Batasuna, braço político do ETA criado em 1978, é proibido na Espanha.

- 22 de março de 2006: A organização da independência anuncia um "cessar-fogo permanente", mas um ataque no aeroporto de Madri (2 mortos) em dezembro rompe a trégua. O ETA cometerá sete assassinatos até o verão de 2009.

- 17 de novembro de 2008: Detenção na França do comandante militar do ETA, Garikoïtz Aspiazu Rubina, "Txeroki". Seus cinco sucessores serão presos por sua vez.

- 9 de agosto de 2009: Últimos ataques do ETA em solo espanhol. Em março de 2010, a última vítima, um policial francês morto durante uma perseguição na região de Paris.

Fim da luta armada

- 20 de outubro de 2011: ETA anuncia "a cessação definitiva de sua atividade armada" e chama Paris e Madri para um diálogo direto, sem sucesso. Um mês depois, a coalizão separatista Amaiur (esquerda), do movimento Batasuna, entra no Parlamento espanhol.

- 24 de novembro de 2012: o ETA se diz pronto para negociar com França e Espanha em vista de sua "dissolução".

- 8 de abril de 2017: A organização clandestina anuncia seu "desarmamento total" e entrega à Justiça francesa uma lista de seus esconderijos, um gesto saudado por Paris, mas considerado insuficiente para Madri. Algumas semanas depois, anunciou que lançaria um debate interno sobre seu futuro.

Dissolução

- 22 de fevereiro de 2018: O jornal basco Gara anuncia que o ETA começou a votar sua dissolução.

- 20 de abril: A organização reconhece o "mal" que causou durante sua luta armada e pede perdão às vítimas que não estiveram envolvidas no conflito e suas famílias.

- 3 de maio: em uma "declaração final", o ETA anuncia sua dissolução com o desmantelamento de "todas as suas estruturas" e o "fim de toda atividade política".

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, adverte que o ETA não desfrutará da "impunidade por seus crimes".

 

Acompanhe tudo sobre:EspanhaTerroristas

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia