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Confidente da presidente sul-coreana nega acusações em julgamento

Choi é acusada de conspirar com Park e com o ex-colaborador da presidente para extorquir "doações" de grandes empresas como a Samsung

Choi Soon-sil: foi a primeira aparição pública desde outubro da amiga e confidente de Park (Korea Pool/Getty Images)

Choi Soon-sil: foi a primeira aparição pública desde outubro da amiga e confidente de Park (Korea Pool/Getty Images)

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AFP

Publicado em 19 de dezembro de 2016 às 13h37.

Choi Soon-sil, a mulher no centro do escândalo de corrupção que levou à demissão da presidente sul-coreana Park Geun-hye, negou nesta segunda-feira as acusações que pesam contra ela na abertura de seu julgamento por fraude.

Foi a primeira aparição pública desde outubro da amiga e confidente de Park.

Em uma breve audiência no tribunal Seul, seu advogado negou as acusações, segundo as quais Choi conspirou com Park e com o ex-colaborador da presidente Ahh Jong-Beom para extorquir "doações" de grandes empresas como a Samsung.

"Um elemento essencial apontado hoje eram as relações de conluio. Nós enfatizamos que não houve conluio entre a acusada, Ahn ou a presidente", disse seu advogado, Lee Kyung-jae, após a audiência.

Choi, que escondeu o rosto com uma máscara cirúrgica e óculos escuros, foi levada por um ônibus especial da sua cela, onde está detida há várias semanas, até o tribunal.

Em imagens transmitidas pela televisão, ela é vista algemada, com o uniforme azul-cinzento dos prisioneiros e um número no peito.

Poucos minutos depois, a mulher de 60 anos, que já não usava a máscara nem as algemas, entrou no tribunal e sentou-se, de cabeça baixa, ao lado de seu advogado.

"Explicações"

A acusada, que estava na Alemanha quando o escândalo estourou, disse que estava "disposta a ser castigada" em seu retorno à Coreia do Sul.

"Mas hoje acredito que devo dar explicações", declarou no tribunal.

Quando o juiz perguntou se isso significava que rejeitava as acusações, ela respondeu "sim".

Choi é acusada de extorsão e abuso de poder. Ela é suspeita de ter usado sua influência sobre a presidente para forçar grandes grupos empresariais a doar dezenas de milhões de dólares para suas duas fundações, que supostamente eram de caridade, mas cujos fundos eram utilizado a título pessoal.

O Parlamento destituiu em 9 de dezembro a presidente Park, acusada de cumplicidade no escândalo de corrupção.

O movimento de impeachment ainda deve ser validado pelo Tribunal Constitucional, que tem um período de 180 dias para emitir sua decisão.

Durante sua última aparição pública, durante um interrogatório da justiça, Choi perdeu seu chapéu preto, os óculos de sol e um sapato da marca de luxo Prada.

Vazamento de documentos

Ele não era obrigada a comparecer ante o tribunal nesta segunda-feira, mas quis participar da audiência, de acordo com seu advogado.

"Ela demonstrou a sua vontade de participar com sinceridade neste julgamento", declarou Lee, citado pela agência de notícias Yonhap.

A acusada suscitou uma série de críticas por se recusar a ser interrogada por uma comissão parlamentar de inquérito.

A Procuradoria sul-coreana também acusa Park de ordenar que seus colaboradores entregassem documentos oficiais para Choi, apesar desta não ter qualquer função oficial, nem as autorizações necessárias.

Suspeita-se que Choi tenha participado na tomada de importante decisões de Estado, chegando mesmo a intervir em nomeações na cúpula do poder.

Seu falecido pai era um misterioso líder religioso, Choi Tae-min, que se tornou o mentor da presidente Park após o assassinato da mãe desta, em 1974.

A próxima audiência do julgamento terá lugar no dia 29 de dezembro.

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