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Confiança do empresário do comércio cai em março

A queda pode ser explicada pelo aumento na inadimplência

Já o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (Ieec), outro componente do Icec, apresentou em março alta de 1,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior (Divulgação)

Já o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (Ieec), outro componente do Icec, apresentou em março alta de 1,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 11h53.

Rio de Janeiro - O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) diminuiu 2,6% em março, em relação ao mesmo mês de 2011, e 2,8%, na comparação com fevereiro deste ano, de acordo com os números divulgados hoje (4) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Icec fechou o mês passado em 127,1 pontos.

De acordo com a CNC, a queda registrada em março é consequência de um recuo de 7,8% na percepção do empresariado quanto às condições atuais do varejo, se comparadas ao quadro observado em igual mês do ano passado. Em relação a fevereiro, a percepção caiu 5%. Já com relação às condições atuais da economia brasileira como um todo, a queda em relação a março de 2011 foi ainda maior, atingindo 13,2%.

Para o economista João Felipe Santoro Araújo, da CNC, a redução no índice de confiança do empresário do comércio pode ser explicada pelo aumento na inadimplência. “Nós estamos em um estágio já avançado do ciclo de crédito, em que o aumento da inadimplência vem limitando a expansão tanto da oferta como da demanda de crédito. Na medida em que a inadimplência sobe, os bancos tendem a emprestar menos. E, pelo lado da demanda, as famílias, já muito comprometidas, tendem a consumir menos”, avaliou.

Apesar desse quadro, o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (Ieec), outro componente do Icec, apresentou em março alta de 1,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Segundo a CNC, esse resultado foi influenciado principalmente por um aumento de 5,1% nas expectativas dos empresários em relação à economia e de 1,2% no que se refere ao próprio setor varejista.

Na visão do economista da CNC, as medidas econômicas para baixar o custo do crédito, via redução das taxas de juros, colaboram para essa expectativa positiva dos empresários do setor. “A gente espera que essa redução, na medida em que a inadimplência vai recuando também, tenha um efeito positivo sobre as vendas no varejo e sobre a atividade econômica em geral, principalmente a partir do segundo semestre”, disse João Felipe Santoro Araújo.

O Icec é um indicador apurado mensalmente pela CNC com 6 mil empresas situadas em todas as capitais do país, com o objetivo de detectar as ações empresariais do setor do comércio, diante da situação econômica brasileira.

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