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Conferência luta por formas de conter aquecimento global

Cerca de 190 países se viram em encruzilhada na hora de encontrar maneiras ousadas de conter o aquecimento global no último dia da COP20


	Pessoas caminham em local onde se realiza a cúpula da ONU para Mudança Climática, a COP20
 (Enrique Castro-Mendivil/Reuters)

Pessoas caminham em local onde se realiza a cúpula da ONU para Mudança Climática, a COP20 (Enrique Castro-Mendivil/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2014 às 19h08.

Lima - Cerca de 190 nações se viram em uma encruzilhada na hora de encontrar maneiras ousadas de conter o aquecimento global nesta sexta-feira, último dia da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Lima, em meio a temores de que a falta de ambição possa minar a conferência do clima no ano que vem em Paris.

As reuniões entre 1 e 12 de dezembro, inauguradas com esperanças de um novo ímpeto depois do acordo climático entre a China e os Estados Unidos no mês passado, tiveram como foco o alcance das promessas que os países devem fazer no começo do ano que vem para lidar com o aquecimento global.

Estes compromissos nacionais, que têm como prazo informal 31 de março de 2015, serão a base de um acordo global a ser firmado na capital francesa em dezembro de 2015 e um passo adiante para reverter as crescentes emissões de gases do efeito estufa.

Entre as opções discutidas em Lima estavam desde obrigar as nações a publicar um esboço vago de seus planos para o carbono em um site da ONU a fazer com que todas forneçam projeções detalhadas das toneladas de gases de efeito estufa emitidas, que seriam analisadas por especialistas.

"Há o bom, o mau e o feio", disse Alden Meyer, da União dos Cientistas Preocupados, que afirmou que o "feio" seriam as ações vagas e o "bom", os relatórios detalhados. Os delegados dizem que as conversas podem muito bem seguir noite adentro e continuar no sábado.

Segundo o acordo anunciado com os EUA, a China prometeu que suas emissões chegarão ao auge em 2030, por exemplo, mas que não pode dar cifras exatas e que se opõe à ideia de uma análise de outros países.

Os EUA são favoráveis à supervisão, mas não estão insistindo para que os países estejam dispostos a endurecer seus planos caso sejam questionados. A União Europeia e muitos países em desenvolvimento querem relatórios detalhados de todos e uma análise rígida.

“Concordamos em encontrar o equilíbrio entre as várias opções”, declarou a ministra alemã do Meio Ambiente, Barbara Hendriks.

Este ano caminha para se tornar o mais quente já registrado, e as perspectivas delineadas por um conselho de cientistas da ONU indicam que o mundo deve agir para cortar as emissões para zero antes de 2100.

Marlene Moses, de Nauru, presidente da Aliança dos Pequenos Estados-Ilha, que teme o aumento crescente no nível dos mares, criticou a relutância chinesa de fornecer informações completas.

Ela afirmou que a China estava dizendo: "'Vamos mostrar nossas cartas, mas não olhem'... estão nos pedindo para assinar um acordo que nos deixa debaixo da água. Não é justo conosco." Samantha Smith, do grupo de conservação WWF, disse haver um risco cada vez maior de nada além de ações tímidas, já que o pacto de Paris só deve entrar em vigor em 2020.

"Os líderes que estão nos cargos hoje não serão responsabilizados", declarou.

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