O presidente venezuelano, Hugo Chávez: o presidente permanece hospitalizado desde que em 11 de dezembro foi operado de um câncer na região pélvica. (Leo Ramirez/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 14h54.
Caracas - Os bispos católicos venezuelanos advertiram nesta segunda-feira que há um "grave risco" para a estabilidade do país como consequência da situação gerada pela doença do presidente Hugo Chávez em relação à posse presidencial, e pediram para a Constituição não ser manipulada.
"Está em grande risco a estabilidade política e social da nação, este é um momento difícil e incerto com características que traçam uma complexa situação que poderia levar o país a uma encruzilhada perigosa", declarou hoje o presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Diego Padrón, arcebispo de Cumaná.
O arcebispo afirmou no início da XCIX assembleia plenária ordinária do organismo que "o que desejam e esperam todos os venezuelanos é que os poderes públicos respeitem e sigam em tudo a Constituição, que jamais atuem fora ou contra ela".
O presidente venezuelano permanece hospitalizado em Cuba desde que em 11 de dezembro foi operado de um câncer na região pélvica cujos detalhes não foram informados oficialmente.
De acordo com o último informe do governo, Chávez está com uma insuficiência respiratória por uma grave infecção pulmonar, o que, na ausência de confirmação oficial, descarta sua presença no ato da posse presidencial que deveria acontecer no próximo dia 10.
Padrón afirmou que "a população está confusa, e uma boa parte dela chateada, pois apesar dos mais de 25 comunicados sobre o estado de saúde do primeiro magistrado até hoje não recebeu oficialmente nenhum boletim médico venezuelano".
"O governo não disse ao povo toda a verdade à qual tem todo o direito de acessar da maneira correta, apenas comunicou com evidente dificuldade sua verdade política", indicou na leitura de seu discurso.
A provável ausência de Chávez no ato da posse levantou uma polêmica na Venezuela, já que o governo defende que se trata de um "formalismo" que o presidente poderia cumprir mais tarde e que seu governo deve continuar como está neste momento.
Por sua vez, a oposição sustenta que, à revelia do governante, o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, deve assumir temporariamente e finalizar as funções do atual governo.