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Condutor do trem que descarrilou depõe na Espanha

Francisco Garzon, 52 anos, está detido desde logo após o acidente sob suspeita de homicídio negligente


	O juiz irá investigar o caso e também vai analisar se o trem, as faixas ou o sistema de segurança que retarda os trens estavam com problemas.
 (foto/Reuters)

O juiz irá investigar o caso e também vai analisar se o trem, as faixas ou o sistema de segurança que retarda os trens estavam com problemas. (foto/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2013 às 16h08.

Santiado de Compostela - O condutor do trem que descarrilou em alta velocidade na Espanha foi levado perante um juiz no domingo para questionamentos, com as autoridades tentando determinar em que medida ele foi responsável pela morte de 79 pessoas no acidente.

Francisco Garzon, 52 anos, está detido desde logo após o acidente sob suspeita de homicídio negligente, mas tem ainda de ser formalmente acusado por um magistrado.

O experiente piloto estava viajando mais de duas vezes acima dos 80 km por hora permitidos em uma curva em direção à cidade de Santiago de Compostela, quando o trem descarrilou e bateu em um muro na quarta-feira.

O número de mortos do pior desastre de trem da Espanha em décadas aumentou para 79 depois que uma pessoa ferida morreu neste domingo. Setenta pessoas permanecem no hospital com ferimentos do acidente, que amassou o trem e levou ao incêndio de alguns vagões. Desses internados, 22 estão em estado grave.

Depois do acidente, Garzon falou tanto com o centro de controle do sistema de trem e equipes de emergência, com o rosto coberto de sangue por um ferimento na cabeça. Os jornais espanhóis informaram que as transcrições dessas comunicações mostram que ele reconheceu que estava indo rápido demais.

O ministro do Interior, Jorge Fernandez, disse neste sábado não havia provas suficientes para acusar Garzon de homicídio imprudente.

Garzon, que foi liberado do hospital no sábado, mas permaneceu sob custódia da polícia, chegou ao principal tribunal de Santiago de Compostela na tarde deste domingo, em um carro da polícia com janelas escuras.


Não ficou claro por quanto tempo a audiência a portas fechadas com o juiz iria durar. Nem os advogados, nem os membros da família de Garzon puderam ser contatados para comentar o assunto.

O juiz irá investigar o caso e também vai analisar se o trem, as faixas ou o sistema de segurança que retarda os trens estavam com problemas.

O trem Alvia, um dos três tipos de serviços de trem de alta velocidade que circulam na Espanha, havia passado por uma manutenção completa na manhã da viagem, disse o chefe da companhia ferroviária estatal (Renfe), e sistemas de segurança no local estavam em boa condição.

"Até onde sabemos o trem estava em perfeita condição quando ele partiu para sua jornada", disse Julio Gomez-Pomar ao jornal ABC.

Os trens Alvia rodam tanto em pistas tradicionais, onde os motoristas devem acatar aos sistemas de alerta para reduzir a velocidade, como em trilhos de alta velocidade, onde um sistema de segurança mais sofisticado pode abrandar automaticamente trens que estão indo rápido demais.

Na parte da pista onde aconteceu o acidente, estava a cargo do condutor reagir às solicitações para diminuir o ritmo.

Mas Gomez-Pomar rejeitou as críticas de que o sistema de segurança era insuficiente, dizendo que o debate "não faz muito sentido."

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