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Condenados à morte são principal fonte de órgãos na China

Há anos o gigante asiático prometeu reduzir sua dependência em órgãos de presos condenados à pena capital

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2012 às 18h55.

Pequim - Prisioneiros executados no cumprimento de suas sentenças de morte se mantiveram a principal fonte de órgãos utilizados em cirurgias de transplante na China, devido à falta de doações voluntárias, revelou uma autoridade sanitária, citada pela imprensa local nesta quarta-feira.

Há anos o gigante asiático prometeu reduzir sua dependência em órgãos de presos condenados à pena capital, mas a demanda elevada e a falta crônica de doações fazem com que eles continuem uma fonte importante, noticiou o jornal Legal Daily, citando o vice-ministro da Saúde, Huang Jiefu.

Huang teria feito estas afirmações à margem da sessão anual do Parlamento, em Pequim, onde 3.000 delegados de várias partes do país se encontraram para 10 dias de reuniões.

A China baniu o comércio de órgãos humanos em 2007 e dois anos depois começou a desenvolver um sistema nacional de doações, mas a demanda por órgãos para transplante ainda excede a demanda no país de 1,3 bilhão de habitantes.

Cerca de 10 mil transplantes são realizados anualmente, mas estima-se que 1,3 milhão de pessoas esteja na fila, segundo informações divulgadas anteriormente pela imprensa estatal, o que abre a porta para a venda ilegal de órgãos e as doações forçadas.

Em 2007, a Associação Médica Americana, entidade oficial de representação de médicos, anunciou que a China não faria mais transplantes com órgãos de presos executados, exceto para os familiares destes, segundo informes anteriores.

Grupos internacionais de defesa dos direitos humanos acusam a China de retirar órgãos de prisioneiros executados sem o consentimento prévio dele ou de sua família, acusações que o governo nega.

A pesquisadora sobre a China da Anistia Internacional, Sarah Schafer, afirmou que os comentários mais recentes de Huang sugerem que "não mudou muita coisa".

"Sentimos que esta falta de avanço é deprimente", disse Schafer à AFP.

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