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Concorrentes ao Oscar de filme estrangeiro denunciam fanatismo

Diretores dedicaram seus prêmios à causa da união e da liberdade de expressão

Oscar: protesto contra medidas de Trump

Oscar: protesto contra medidas de Trump

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Reuters

Publicado em 25 de fevereiro de 2017 às 17h46.

Beverly Hills - Os diretores de todos os cinco filmes indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro denunciaram nesta sexta-feira o que chamaram de "clima de fanatismo e nacionalismo" nos Estados Unidos e em outros lugares e dedicaram seus prêmios à causa da união e da liberdade de expressão.

Diretores do Irã, Suécia, Alemanha, Dinamarca e Austrália fizeram uma declaração em um evento com centenas de pessoas às vésperas do fim de semana do Oscar. O evento foi organizado por uma das maiores agências de talentos em Hollywood em apoio à liberdade de expressão e à união.

O comunicado e o evento do ramo de entretenimento em Beverly Hills ocorreram após a proibição de viagens aos EUA declarada pelo presidente Donald Trump e meses de discursos inflamados de celebridades em premiações e protestos.

O diretor iraniano Asghar Farhadi boicotará a cerimônia do Oscar no domingo, em protesto ao banimento de viajantes de sete países de maioria muçulmana ordenado por Trump.

Falando no evento em um vídeo transmitido de Teerã, Farhadi denunciou políticos a quem acusou de tentar "promover o ódio, mas estavam criando divisão entre culturas, tradições e nacionalidades".

Farhadi também é membro do grupo que atacou os "muros de divisão" e as divisões de "gêneros, cores, religiões e sexualidades" na política atual.

"Nós gostaríamos de expressar nossa desaprovação unânime e enfática ao clima de fanatismo e nacionalismo que vemos hoje nos EUA e em tantos outros países, em partes da população e, o pior de tudo, entre os líderes políticos", disse o comunicado, divulgado por publicações comerciais como Variety e Hollywood Reporter.

A declaração foi assinada por Farhadi, diretor de "O Apartamento", Martin Zandvliet, do dinamarquês Terra de Minas, Hannes Holm, do sueco "Um Homem chamado Ove", Maren Ade, do alemão "Toni Erdmann", e Martin Butler e Bentley Dean, do australiano "Tanna".

Os diretores disseram que "não importa quem vencer o prêmio de melhor filme estrangeiro no domingo, nós nos recusamos a pensar em termos de fronteiras".

"Nós dedicamos este prêmio a todas as pessoas, artistas, jornalistas e ativistas que estão trabalhamos para fomentar a união e a compreensão e que apoiam a liberdade de expressão e a dignidade humana".

A declaração fez eco aos discursos do evento em Beverly Hills, organizado pela United Talent Agency no lugar de sua festa anual do Oscar.

A atriz Jodie Foster pediu que a multidão de cerca de 500 pessoas agisse para defender as liberdades civis e a democracia.

"Essa é a nossa hora de aparecer e exigir respostas. É a nossa hora de dizer às autoridades eleitas para fazerem (seu trabalho) e que nós não toleraremos o caos, imbecilidade e guerra", ela disse.

(Por Piya Sinha-Roy)

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