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Comunidade judaica argentina rejeita acordo com Irã

O acordo trata da criação de uma Comissão da Verdade com o intuito de investigar o atentado antissemita à mutual AMIA em 1994, que deixou 85 mortos


	Argentina: a Argentina acusa o Irã de ser o autor intelectual do atentado, o que Teerã nega veementemente.
 (Wikimedia Commons)

Argentina: a Argentina acusa o Irã de ser o autor intelectual do atentado, o que Teerã nega veementemente. (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2013 às 13h51.

Cairo - A comunidade judaica argentina, a maior da América Latina, rejeitou nesta segunda-feira o acordo assinado entre a Argentina e o Irã para formar uma Comissão da Verdade com o intuito de investigar o atentado antissemita à mutual AMIA em 1994, que deixou 85 mortos.

A Argentina acusa o Irã de ser o autor intelectual do atentado, o que Teerã nega veementemente.

"A formação de uma 'Comissão da Verdade', que não é reconhecida pelas leis argentinas que regulam o processo penal, implicaria em um declínio de nossa soberania", informaram a AMIA e a DAIA, as duas maiores representações dessa comunidade na Argentina.

A Argentina assinou no domingo um acordo com o Irã na Etiópia com o objetivo de criar uma comissão independente para investigar o atentado de 1994 em Buenos Aires contra o centro judeu AMIA (Associação Mutual Israelense Argentina), pelo qual havia pedido a extradição de oito iranianos.

"Ignorar tudo o que foi feito pela justiça argentina substituindo por uma Comissão que, no melhor dos casos, emitirá, sem data definida, uma 'recomendação' aos envolvidos, constitui, sem dúvida, um retrocesso no objetivo comum de obter justiça", declararam ambas as entidades em um comunicado conjunto.

Pelo atentado, Buenos Aires exige desde 2006 a extradição de oito iranianos, entre eles o atual ministro da Defesa, Ahmad Vahidi, o ex-presidente Alí Rafsanjani (1989-1997) e o ex-chanceler Ali Akbar Velayati, todos eles com ordem de captura internacional expedida pela Interpol.

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