Soldado da força da ONU nas colinas de Golã em 7 de junho: o conflito religioso provocou mais de 94.000 mortes desde 2011 (Ahmad Gharabli/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2013 às 15h01.
Damasco - Os militares austríacos que integram a força da ONU nas colinas de Golã iniciaram sua retirada nesta quarta-feira, em consequência da ampliação da guerra civil na Síria, enquanto a França afirmou que a ofensiva militar contra a cidade de Alepo deve ser contida.
Na terça-feira, 60 xiitas de um vilarejo do leste da Síria morreram em confrontos com as forças rebeldes.
O caráter religioso do conflito, que provocou mais de 94.000 mortes desde 2011, está exacerbado pela participação do movimento xiita libanês Hezbollah na tomada da cidade de Qousseir, um reduto que os rebeldes perderam na semana passada.
O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, pediu um freio à ofensiva militar das tropas do regime de Bashar al-Assad contra a cidade de Alepo, "o próximo objetivo do Hezbollah e dois iranianos".
As últimas derrotas militares dos rebeldes para as tropas do regime de Assad complicam a organização de uma conferência de paz em Genebra, que o Brasil se ofereceu para participar.
"O Brasil considera que vale a pena examinar a possibilidade de incluir outros países, além dos cinco membros permanentes (do Conselho de Segurança) e os vizinhos da Síria, para contribuir com a busca de consensos", disse o chanceler brasileiro Antônio Patriota após uma reunião com seu colega russo, Serguéi Lavrov.
Até o momento, a conferência de paz de Genebra prevê a participação dos cinco países permanentes do Conselho de Segurança da ONU, assim como dos países vizinhos da Síria.
Nesta quarta-feira, um primeiro grupo de 20 soldados austríacos cruzou a passagem de Quneitra para entrar na parte das Colinas de Golã ocupada por Israel.
A decisão austríaca aumenta o temor de que outros contingentes da Força das Nações Unidas de Observação da Separação de Golã (FNUOS) sigam o mesmo caminho.
Analistas consideram que o regime de Assad está conseguindo uma supremacia militar graças ao apoio do Hezbollah e do Irã.
"É necessário conter o avanço antes de Aleppo", disse Fabius.
"É necessário restabelecer um equilíbrio porque nas últimas semanas as tropas de Bashar al-Assad e sobretudo do Hezbollah e os iranianos, com armamento russo, recuperaram um terreno considerável", completou o chanceler francês.