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Comunidade internacional pede reconciliação de Turquia e Israel

Vários ministros europeus de Relações Exteriores convocaram neste sábado Israel e Turquia a retomar o diálogo

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, fala à imprensa durante coletiva, em Canberra, Austrália (AFP)

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, fala à imprensa durante coletiva, em Canberra, Austrália (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2011 às 16h02.

Estambul - As medidas de retaliação tomadas pela Turquia contra Israel por sua rejeição em se desculpar pelo ataque que tirou a vida de nove turcos em 2010 preocupa a comunidade internacional e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que convocou os dois países a se reconciliar.

"Espero francamente que Israel e Turquia melhorem sua relação", disse Ban Ki-moon à imprensa em Canberra, um dia após Ancara anunciar a expulsão do embaixador de Israel e a suspensão de seus acordos militares com o Estado hebreu.

"Os dois países são muito importantes para a região, e a melhora de sua relação (...) será muito importante na hora de enfrentar todos os assuntos no Oriente Médio, incluindo o processo de paz", acrescentou o secretário-geral.

Vários ministros europeus de Relações Exteriores, entre eles o francês Alain Juppé e o alemão Guido Westerwelle, convocaram neste sábado Israel e Turquia a retomar o diálogo, após a crise entre os dois países.

Durante uma reunião, "desejamos, como afirmou o secretário-geral da ONU, que esta disputa entre Isrel e Turquia seja resolvida pelo diálogo e compreensão mútua, e não por outros meios", declarou o ministro francês a jornalistas à margem de uma reunião com seus homólogos europeus em Sopot (Polônia).

"O governo alemão vê com muita inquietação estas últimas disputas entre Turquia e Israel", afirmou o ministro alemão em outro encontro com a imprensa, convocando "todas as partes" a "trabalhar na distensão e na capacidade de dialogar", e não a "jogar lenha na fogueira".

Esta mensagem foi dirigida ao ministro turco de Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, que participou da reunião na cidade polonesa.

A Turquia anunciou na sexta-feira cinco medidas de retaliação contra Israel por sua negativa em se desculpar pelo ataque israelense contra uma frota de ajuda humanitária que se dirigia a Gaza, no qual nove passageiros turcos morreram.

Entre as medidas, Ancara também prevê recorrer ao Tribunal Internacional de Justiça de Haia para que examine se o bloqueio imposto por Israel a Gaza é legal.


O governo turco tomou estas medidas após a publicação na quinta-feira de um informe de investigação da ONU que estima que o exército israelense fez uso de uma força "excessiva e desproporcional" contra a frota, mas não duvida da legalidade do bloqueio naval israelense em Gaza.

Israel expressou seu pesar, mas negou-se a se desculpar pela operação.

"Meu único desejo é que tentem melhorar suas relações e que façam o quanto puderem para aplicar as recomendações e os resultados do informe deste comitê" de investigação, insistiu Ban.

Na sexta-feira, o presidente turco Abdullah Gul chamou o informe de "nulo e sem valor" e advertiu Israel que a "Turquia pode considerar outras meddias no futuro".

Vários países ocidentais convocaram Turquia e Israel a resolver suas desavenças.

"Convocamos as duas partes a intensificar seus esforços e a encontrar um conjunto de medidas para chegar a um acordo", afirmou uma fonte diplomática britânica citada neste sábado pela agência de imprensa turca Anatolia.

A porta-voz do departamento de Estado americano, Victoria Nuland, enfatizou a "amizade" que une os Estados Unidos com os dois países e os incentivou a "seguir buscando a maneira de melhorar sua antiga relação".

Desde a criação de Israel, há cerca de 60 anos, a Turquia é considerada o amigo mais próximo do Estado hebreu no mundo muçulmano.

Mas estas relações se deterioraram nos últimos anos, sobretudo após a operação "Chumbo Grosso" realizada pelo exército israelense em Gaza no fim de 2008 e início de 2009, muito criticada por Ancara.

A operação de maio de 2010 não fez mais do que agravar a tensão, e levou Ancara a pedir consultas com seu embaixador em Tel Aviv. As relações bilaterais "nunca mais serão as mesmas", havia afirmado então.

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