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Comunidade internacional condena ataque em escola judaica

O ataque provocou um reforço das medidas de segurança em torno de interesses judaicos em alguns países da Europa

Adolescente é consolado após ataque em escola judaica: três crianças morreram (Remy Gabalda/AFP)

Adolescente é consolado após ataque em escola judaica: três crianças morreram (Remy Gabalda/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2012 às 14h04.

Jerusalém - O ataque desta segunda-feira em uma escola francesa judaica provocou reações de indignação em todo o mundo, e um reforço das medidas de segurança em torno de interesses judaicos em alguns países da Europa.

O ataque foi realizado por alguém ainda não identificado, que fugiu de moto após atirar e matar quatro pessoas, entre elas três crianças, em um colégio judeu de Toulouse.

O presidente francês Nicolas Sarkozy considerou os assassinatos uma "tragédia nacional", enquanto a divisão antiterrorista da polícia investiga o terceiro ataque executado por um motociclista em pouco mais de uma semana no país.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou "o assassinato odioso de judeus, incluindo pequenas crianças" após o tiroteio.

"É muito cedo para saber exatamente quais são as circunstâncias deste assassinato, mas não podemos descartar a possibilidade de que tenha sido motivado por um antissemitismo violento e sangrento", declarou Netanyahu a membros de seu partido Likud.

O ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, disse estar "profundamente chocado", segundo o seu gabinete.

Já o Vaticano manifestou a sua "profunda indignação, seu horror, e sua condenação mais firme".

"O atentado de Toulouse contra uma escola e três crianças judias é um ato horrível e desprezível, que se junta a outros recentes de violência absurda que feriram a França", declarou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, em resposta a perguntas de jornalistas.

"Ele suscita a nossa profunda indignação, nosso horror e a condenação mais firme", acrescentou, ressaltando "a idade e a inocência de pequenas vítimas e o fato de o atentado ter ocorrido próximo a uma instituição educativa judaica pacífica".

A Comissão Europeia (CE) criticou o odioso e intolerável assassinato das quatro pessoas.


O presidente da CE, José Manuel Barroso, denunciou "o crime odioso", ressaltando que "nada é mais inaceitável do que morte de crianças inocentes".

O primeiro-ministro belga, Elio Di Rupo, exprimiu seu "horror e indignação" e "condenou este ato vil que atingiu uma escola e toda uma comunidade".

O ministro belga do Interior, Joelle Milquet, pediu, por sua vez, aos serviços da polícia que "exerçam uma vigilância particular" dos interesses judeus na Bélgica, "principalmente nos locais de ensino judeus", após o drama de Toulouse.

O embaixador americano em Paris fez coro às condenações.

"Eu condeno fortemente estas mortes, assim como os assassinatos de soldados franceses que ocorreram na semana passada em Toulouse e em Montauban", afirmou o embaixador Charles Rivkin em um comunicado.

A embaixada da Turquia em Paris também condenou "com firmeza e veemência os assassinatos desta manhã".

O Congresso Judeu Europeu (EJC) pediu às autoridades francesas "todos os esforços" para encontrar o autor do ataque, que mostra a necessidade de reforçar a educação contra o antissemitismo, o ódio, a intolerância e o racismo.

A Conferência Europeia dos Rabinos (CER) condenou "um ato de barbárie" e um "ataque contra toda a comunidade judaica". "Se existem pessoas que querem assustar a comunidade judaica, nossa resposta é que nós não seremos intimidados", acrescentou a CER.

Na Itália, o presidente da Comunidade judaica de Roma, Riccardo Pacifici, relatou a "ansiedade e preocupação" dos judeus romanos. Líderes de grandes partidos, CDU (Democrata Cristão), Partido Democrático (PD, principal formação da esquerda) e o Povo da Liberdade (PDL), partido de Silvio Berlusconi, denunciaram o antissemitismo.

Varsóvia denunciou um "ato de terror" e em Haia e proteção foi reforçada em torno da escola judaica Maimonides. "A polícia patrulha a área e aumentamos nossa própria vigilância", disse à AFP Jan Couwenberg.

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