"Oficiais patriotas salvaram minha vida": isso foi tudo o que o presidente ucraniano destituído Viktor Yanukovytch declarou sobre a misteriosa maneira como foi parar na Rússia, depois de partir de Kiev, em 21 de fevereiro.

"Eu cheguei à Rússia graças a oficiais patriotas que me ajudaram a salvar minha vida", disse em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira em Rostov-do-Don (sul da Rússia), evitando a pergunta de um jornalista sobre como ele tinha chegado ao país.

Yanukovytch não quis entrar em detalhes sobre o seu paradeiro durante a semana passada, e se limitou a dizer que não fugiu de seu país.

"Eu decidi deixar Kiev por Kharkiv", a segunda maior cidade da Ucrânia, no leste do país, contou.

"No caminho, meu carro foi alvo de disparos de armas automáticas. O veículo que me acompanhava foi atingido em quase todos os lados", afirmou.

"Nós nos dirigimos (para Kharkiv) para encontrar alguns líderes (do Partido das Regiões) e chegamos lá tarde da noite".

No dia seguinte, 22 de fevereiro, "nosso serviço de segurança foi informado da chegada de grupos extremistas" em Kharkiv, acrescentou Yanukovytch.

"Eu não senti medo, não era o medo", assegurou.

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Neste momento, ele disse ter ser separado das duas pessoas que o acompanhavam, o chefe da administração presidencial Andrii Kliouïev e o chefe do Parlamento Volodymyr Rybak, que partiram para Donetsk, também no leste da Ucrânia.

"Eu fui para Lugansk", uma cidade perto da fronteira com a Rússia, continuou Yanukovytch, sem especificar se estava acompanhado de membros de sua família ou de outras pessoas.

"Partimos em dois helicópteros, mas o controle de tráfego aéreo do Exército nos disse que, se não mudássemos a nossa trajetória -nós havíamos informado que íamos para a Rússia- que iriam enviar combatentes".

"Os pilotos dos helicóptero receberam a ordem de retornarem e aterrizarem em Donetsk".

"Em seguida, eu cruzei todo o país de carro até chegar à Crimeia".

"Agora, eu me encontro em Rostov-do-Don, porque não é muito longe daqui, e é onde eu tenho um velho amigo. Eu fui para a sua casa, onde ficarei hospedado por algum tempo", acrescentou, sem dar qualquer indicação de como passou da Crimeia à Rússia.

"Eu voltarei para a Ucrânia, assim que as condições voltem a ser favoráveis ​​para a minha segurança e a de minha família", disse ele.