Militantes do Estado Islâmico na fronteira entre Síria e Iraque (AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2015 às 13h33.
São Paulo — “Eu amo vocês, mas vocês jamais vão me ver de novo”. Assim o jovem Brian de Mulder se despediu de sua irmã e de sua mãe e deixou sua casa na Bélgica, há dois anos, para se juntar à luta armada na Síria. Hoje ele faz parte do radicalíssimo Estado Islâmico, que vem aterrorizando Síria e Iraque.
Mulder nasceu há 21 anos, na Bélgica, filho da carioca Ozana Rodrigues Viana, que vive lá até hoje. Criado no Catolicismo, era um jovem europeu como qualquer outro: jogava futebol, admirava o Barcelona e tinha uma relação de carinho com a mãe, como mostra seu perfil na TIME.
As coisas começaram a mudar quando Brian completou 17 anos. Dispensado do time de futebol onde jogava, se juntou a jovens marroquinos para jogar bola e acabou conhecendo um líder radical salafista.
Assim Brian de Mulder se transformou em Abu Qassem Brazili. Parou de comprar roupas de marca, passou a rezar cinco vezes ao dia, a respeitar o Ramadã e fez uma circuncisão.
Em entrevista à revista Veja desta semana, sua mãe conta que achou que tudo seria passageiro. “Deixei que ele fizesse, mas naquela época não sabia que eram os terroristas que estavam exigindo isso”, afirma em relação à cirurgia.
Mulder deixou sua casa em 2012 para lutar na Síria. Desde então, sua tia encontrou um vídeo onde ele aparece empunhando armas e um blog que acompanha os jihadistas belgas publicou uma foto sua, também armado.
A Ozana, Brian disse que tudo isso é encenação e que na verdade ele descasca batatas e cuida de feridos. “Prefiro acreditar nele”, diz a mãe a Veja.
Estrangeiros
Estima-se que 12 mil estrangeiros estejam lutando junto ao Estado Islâmico no Iraque e na Síria, muitos deles ocidentais de países como Holanda, Bélgica, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos.