Mundo

Como o aborto é tratado pelo mundo

Atualmente, 60% da população mundial vive em países cujas legislações preveem o aborto. Veja aqui como o procedimento é encarado em diferentes países

Campanhas defendem "Sim" e "Não" pela queda da proibição do aborto na Nova Zelândia (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Campanhas defendem "Sim" e "Não" pela queda da proibição do aborto na Nova Zelândia (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 26 de maio de 2018 às 06h00.

Última atualização em 26 de maio de 2018 às 06h00.

São Paulo – Três anos depois de um referendo histórico em que a população votou pela legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a Irlanda vive um novo momento importante ao convocar uma consulta pública sobre a rejeição de um dispositivo constitucional que proíbe o aborto. A expectativa é a de que o resultado desse referendo seja conhecido neste final de semana.

Atualmente, 60% da população mundial vive em países cujas legislações preveem o aborto em todas ou algumas circunstâncias. Essa percentagem, no entanto, esconde um panorama sombrio: dentre os 56 milhões de abortos registrados no mundo entre os 2010 e 2017, 45% dos procedimentos aconteceram em más-condições e 97% desses foram feitos em países em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina.

O debate em torno da legalização do aborto acontece por todos os lados e as legislações que regem o tema são diversas, por vezes abrangentes ou mais restritivas, e sempre revelando as tendências conservadoras ou liberais de um país. Já existe um número considerável de países nos quais o procedimento é completamente liberado. Na mesma medida, contudo, observa-se a proibição completa ou parcial em tantos outros.

As leis sobre o aborto no mundo

De acordo com a organização não-governamental Center for Reproductive Rights, formada por advogados, especialistas e ativistas que lutam por avanços nos direitos reprodutivos das mulheres mundo afora, mantém uma base de dados atualizada e que mostra o panorama das legislações em quase todos os países do mundo. A partir dela, EXAME produziu um mapa que ilustra como está a legalização do aborto até o momento.

A entidade classifica os países em quatro grupos, mas reforça que cada país conta com a sua particularidade jurídica. No mapa, cada um deles foram representados em cores diferentes. Os que compõem a categoria I, em laranja mais forte, são os que permitem o aborto em casos nos quais a saúde da mulher corre risco ou o proíbem completamente.

Vale notar, no entanto, que esse grupo inclui, ainda, países cujas leis preveem exceções nos quais a mulher não é penalizada na ocasião de ter realizado o procedimento. Um exemplo é o Brasil, no qual o aborto é permitido também em casos de estupro e anencefalia do feto.

Na categoria II, em laranja, abortos são permitidos para “preservar a saúde”. Aqui, nota a organização, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é a de que o termo “saúde” inclua o bem-estar mental, físico e social. Na Colômbia, por exemplo, além da previsão para o procedimento em casos de estupro e má-formação do feto, também é permitido com base na saúde mental.

Os países que compõem a categoria III, em amarelo, são aqueles que contam com uma legislação descrita pela entidade como “mais liberais” e que permitem o procedimento com base em fatores sociais e econômicos.

Já o grupo na categoria IV, representados pela cor verde, são os países liberais nos quais o aborto é liberado. A maioria deles prevê um limite para a interrupção não-justificada da gestação (12 semanas), mas há previsão para o procedimento como em casos de má-formação do feto ou riscos para a mulher.

Infográfico sobre o panorama do aborto no mundo

Infográfico sobre o panorama do aborto no mundo (Rodrigo Sanches/Site Exame)

Acompanhe tudo sobre:AbortoDireitos HumanosFeminismoIrlandaMulheres

Mais de Mundo

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique