Mundo

Como líderes e organizações pelo mundo reagiram à crise na Venezuela

Estados Unidos, a maioria dos países da América Latina e a União Europeia expressaram apoio a Guaidó

Venezuela: (Michele Sandberg / Contributor/Getty Images)

Venezuela: (Michele Sandberg / Contributor/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 1 de maio de 2019 às 10h05.

Última atualização em 1 de maio de 2019 às 11h04.

A rebelião na madrugada de terça-feira (30) de um grupo de militares venezuelanos em apoio ao líder opositor Juan Guaidó teve repercussão ao redor do mundo.

Estados Unidos, a maioria dos países da América Latina e a União Europeia expressaram apoio a Guaidó, enquanto aliados do governo de Nicolás Maduro, como Rússia, Cuba e Turquia, condenaram o levante.

Estados Unidos

Washington, que lidera a pressão internacional pela saída do presidente Nicolás Maduro do poder, imediatamente expressou apoio ao levante militar. "Estou acompanhando muito de perto a situação na Venezuela. Os Estados Unidos apoiam o povo da Venezuela e sua liberdade", disse o presidente Donald Trump.

União Europeia

A União Europeia pediu "máxima moderação" na crise de Venezuela.

"A UE está acompanhando de perto os últimos acontecimentos na Venezuela. Reiteramos que só pode ter uma saída política, pacífica e democrática para as múltiplas crises que enfrenta o país", disse a chefe da diplomacia europeia Federica Mogherini em comunicado.

Luis Almagro, OEA

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, um dos primeiros a tornar público o seu apoio a Guiadó, escreveu no Twitter: "Saudamos a adesão dos militares à Constituição e ao Presidente encarregado da #Venezuela @jguaido. É necessário o pleno apoio ao processo de transição democrática de forma pacífica".

Colômbia

O presidente colombiano, Iván Duque, pediu aos militares na Venezuela que se unam a Guaidó: "Lançamos um chamado aos militares e ao povo da #Venezuela para que se coloquem do lado certo da história, rejeitando a ditadura e a usurpação de Maduro", escreveu no Twitter.

Grupo de Lima

O governo colombiano convocou uma reunião de emergência do grupo de 14 países que se opõe a Maduro e em apoio a Guaidó em busca de uma "solução pacífica" para a crise venezuelana.

"Apoiamos plenamente o presidente interino @jguaido em sua luta para recuperar a democracia na Venezuela. O regime usurpador e ditatorial de (Nicolás) Maduro deve chegar ao fim", disse a chancelaria do Peru, país que promove o bloco, logo após a solicitação da Colômbia.

Cuba

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, rejeitou a revolta contra seu aliado socialista, o presidente Nicolás Maduro, ao qual reiterou seu "firme apoio".

"Rejeitamos este movimento golpista que pretende encher o país de violência", escreveu o governante cubano no Twitter.

Bolívia

O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou "energicamente" o que chamou de "tentativa de golpe de Estado na #Venezuela, por parte da direita submissa aos interesses estrangeiros", escreveu no Twitter.

Morales chamou os "governos da #AméricaLatina que condenem o golpe de Estado na #Venezuela e impeçam que a violência tire vidas de inocentes". E acrescentou: "Seria um nefasto antecedente deixar que a intromissão golpista se instale na região. O diálogo e a paz devem se impor sobre o golpe".

Brasil

O presidente Jair Bolsonaro manifestou o apoio do Brasil "ao processo de transição democrática" na Venezuela.

"O Brasil acompanha com bastante atenção a situação na Venezuela e reafirma o seu apoio na transição democrática que se processa no país vizinho. O Brasil está ao lado do povo da Venezuela, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos", escreveu no Twitter.

Chile

"Reiteramos nosso total apoio ao Pdte Guaidó e à democracia na Venezuela. A ditadura de Maduro deve terminar pela força pacífica, e dentro da Constituição, do povo venezuelano. Assim serão restabelecidas as liberdades, a democracia, os direitos Humanos e o progresso na #Venezuela", tuitou o presidente chileno, Sebastián Piñera.

México

O governo mexicano "manifesta sua preocupação com a possível escalada de violência e derramamento de sangue que pode ocorrer", disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado, reiterando seu desejo de encontrar "uma solução pacífica, democrática e mediante o diálogo para essa crise", indicando que está em contato com 16 países que compõem o Mecanismo de Montevidéu para a busca de uma rota comum.

Equador

O Equador reitera "seu firme apoio ao presidente Juan Guaidó nos momentos difíceis vividos na Venezuela" e pediu "uma saída de transição, em paz e sem derramamento de sangue", tuitou o chanceler José Valencia.

Paraguai

Mario Abdo, presidente do Paraguai, escreveu: "Valente povo da Venezuela! Chegou a sua hora!"

Argentina

O presidente Mauricio Macri disse que a Argentina desconhece "a autoridade do ditador Maduro" e desejou "que este seja o momento decisivo para recuperar a democracia" e "que a longa angústia que levou ao sofrimento e ao medo dos venezuelanos chegue ao fim".

Rússia

A Rússia acusou a oposição de alimentar o conflito na Venezuela e apelou que se estabeleçam negociações para evitar um banho de sangue. "A oposição radical na Venezuela voltou a utilizar de novo métodos duros de confrontação" que costumam "alimentar" o conflito, criticou o Ministério das Relações Exteriores russo em comunicado.

Espanha

"Desejamps com toda a nossa força que não haja derramamento de sangue", disse Isabel Celáa, porta-voz do governo de Pedro Sánchez, que reconhece Guaidó como presidente encarregado do país.

A porta-voz insistiu que "a solução para a Venezuela tem que partir das mãos de um movimento pacífico, de eleições democráticas. Portanto, a Espanha não apoia nenhum golpe militar", acrescentou.

Turquia

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan condenou a "tentativa de golpe" na Venezuela.

"Como país que lutou contra golpes de Estado e que experimentou as consequências negativas causadas por golpes, condenamos a tentativa de golpe na Venezuela" disse Erdogan, aliado do presidente Nicolás Maduro, pelo Twitter.

Itália

Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro e homem forte do governo da Itália - um dos poucos países europeus que não reconhece Guaidó como presidente interino -, pediu o "afastamento do ditador Maduro" da Venezuela assim como uma "solução pacífica e não violenta da crise que leve a eleições livres".

Reino Unido

O governo da primeira-ministra britânica, Theresa May, que também reconhece a presidência interina de Guaidó, pediu uma "solução pacífica" para a crise.

"Nosso foco está numa resolução pacífica da crise e na restauração da democracia venezuelana. Os venezuelanos merecem um futuro melhor, eles sofreram o suficiente e o regime de Maduro deve acabar", disse o porta-voz de May.

Canadá

O Canadá pediu que se "garanta a segurança" de Guaidó e do opositor Leopoldo López, que deixou sua prisão domiciliar e apareceu reforçando os pedidos para que se tomem as ruas.

"Os venezuelanos que apoiam pacificamente o presidente interino Guaidó devem fazer isso sem temor de intimidação ou de violência", disse a ministra das Relações Exteriores, Chrystia Freeland.

ONU

O chefe da ONU, António Guterres, pediu para que se evite toda a violência na Venezuela e se restaure a calma, disse seu porta-voz nesta terça-feira.

"O secretário-geral pede a todas as partes que exerçam o máximo de autocontrole, e a todos os envolvidos para evitar qualquer tipo de violência e que tomem medidas para restaurar a calma", disse Stephane Dujarric aos jornalistas.

Síria

O governo sírio condenou "firmemente" um "golpe de Estado fracassado" na Venezuela e acusou Washington de prejudicar a estabilidade do país "por todos os meios possíveis" para colocar a Venezuela "na órbita da política americana".

Irã

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, declarou que o governo iraniano apoiava o Executivo de Nicolás Maduro e que se sentia "feliz" pelo "fracasso do golpe de Estado". Ele também destacou a "necessidade de um diálogo" interno na Venezuela.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaEstados Unidos (EUA)Juan GuaidóNicolás MaduroONUVenezuela

Mais de Mundo

Disney expande lançamentos de filmes no dinâmico mercado chinês

Polícia faz detonação controlada de pacote suspeito perto da Embaixada dos EUA em Londres

Quem é Pam Bondi indicada por Trump para chefiar Departamento de Justiça após desistência de Gaetz

Na China, diminuição da população coloca em risco plano ambicioso para trem-bala