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Como foi o Conclave de 2013 que elegeu o papa Francisco

Eleição foi marcada por renúncia histórica, desafios internos da Igreja e a escolha do primeiro papa latino-americano

Papa Francisco: eleito em 2013 após renúncia de Bento XVI, foi o primeiro latino-americano no cargo (Max Rossi/Reuters)

Papa Francisco: eleito em 2013 após renúncia de Bento XVI, foi o primeiro latino-americano no cargo (Max Rossi/Reuters)

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 5 de maio de 2025 às 16h23.

O último conclave da Igreja Católica ocorreu em março de 2013, após a surpreendente renúncia do papa Bento XVI - a primeira de um pontífice em quase 600 anos. O processo, que culminou na eleição do argentino Jorge Mario Bergoglio como papa Francisco, foi marcado por expectativa, simbolismo e algumas surpresas históricas.

A renúncia de Bento XVI, anunciada em fevereiro de 2013, pegou o mundo de surpresa e abriu espaço para um conclave cercado de especulações. O clima era de incerteza: além da raridade da renúncia, a Igreja enfrentava desafios como escândalos financeiros, denúncias de abusos e a necessidade de renovação de sua imagem.

Com a Sé Vacante, 115 cardeais eleitores - todos com menos de 80 anos - viajaram a Roma, vindos de diversas partes do mundo. Antes do início formal da votação, os cardeais participaram das chamadas congregações gerais, reuniões fechadas onde debateram os desafios da Igreja e o perfil desejado para o novo papa.

A eleição de Francisco

Após cinco votações em dois dias, na noite de 13 de março, finalmente a fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina, indicando ao mundo que um novo papa havia sido escolhido. O anúncio foi feito pelo cardeal protodiácono Jean-Louis Tauran, que proclamou: "Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam!" - "Anuncio-lhes uma grande alegria: temos papa!"

O escolhido foi o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, que adotou o nome Francisco. Sua eleição foi histórica por vários motivos: foi o primeiro papa latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro a escolher o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo de humildade e compromisso com os pobres.

Repercussão e primeiros gestos

A escolha de Francisco surpreendeu muitos analistas, já que seu nome não estava entre os mais citados como favoritos antes do conclave. No entanto, sua trajetória de simplicidade, proximidade com os mais necessitados e perfil reformista logo conquistaram a atenção mundial.

No momento em que apareceu na sacada da Basílica de São Pedro, Francisco quebrou o protocolo ao pedir que a multidão rezasse por ele antes de dar sua bênção, um gesto de humildade que marcou o início de um novo estilo de liderança na Igreja.


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