A embarcação, o navio-escola Cuauhtémoc, estava iluminada e exibia uma enorme bandeira do México no momento do acidente (Angela Weiss / AFP)
Agência de notícias
Publicado em 18 de maio de 2025 às 09h28.
Um acidente marcou a passagem do navio-escola ARM Cuauhtémoc, da Marinha Mexicana, por Nova York. A embarcação colidiu com a Ponte do Brooklyn, provocando a quebra de seus três mastros principais e deixando dois mortos e ao menos 19 feridos, entre eles casos em estado grave.
A embarcação, o navio-escola Cuauhtémoc, estava iluminada e exibia uma enorme bandeira do México no momento do acidente, que ocorreu quando seus mastros, com cerca de 45 metros de altura, não conseguiram passar sob o arco da ponte.
Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o momento em que o navio se aproxima da ponte pelo rio East, vindo do lado de Manhattan. A colisão arrancou o topo dos mastros, causando pânico entre os tripulantes e espectadores.
👀🇺🇸🇲🇽 Um enorme NAVIO de festas, ostentando a bandeira do MÉXICO, atracou próximo à Ponte do Brooklyn, em Nova York.
Cerca de 200 pessoas estavam a bordo, celebrando ao som de muita música e animação. #EUA #USA #Mexico #Brooklyn #navio pic.twitter.com/PATG2QNqse— Impacto Diário (@ImpactoDiario_) May 18, 2025
Navio mexicano estava atracado para visitação pública antes do acidente
O navio-escola da Marinha do México, Cuauhtémoc, havia passado cinco dias atracado no South Street Seaport Museum, em Nova York, aberto à visitação pública, antes de colidir com a ponte do Brooklyn no último sábado (17).
Durante esse período, a embarcação recebeu autoridades, representantes da mídia e visitantes curiosos, como parte de sua passagem pela cidade em uma turnê diplomática global. A viagem incluía sua participação no evento Sail4th 250, uma celebração do 250º aniversário dos Estados Unidos, programada para 4 de julho de 2026.
Com estrutura robusta, o Cuauhtémoc é um navio do tipo barca, feito com casco de aço, três mastros e cerca de 91 metros de comprimento por 48 metros de altura. Essas dimensões, no entanto, foram incompatíveis com a altura livre para navegação da ponte do Brooklyn, que é de 38,7 metros. Durante a travessia, os mastros do navio atingiram a parte inferior da ponte e se partiram, lançando fragmentos sobre o convés e ferindo diversos tripulantes — dois deles fatalmente, segundo o prefeito de Nova York, Eric Adams.
O Cuauhtémoc serve como navio de treinamento da Escola Naval Militar Heroica do México, uma instituição de elite da marinha mexicana, e também atua como embaixador flutuante do país em missões de boa vontade. De acordo com dados oficiais, já visitou 212 portos em 64 países, percorrendo o equivalente a 35 voltas ao mundo. Após o acidente, cerca de 250 pessoas ainda estavam a bordo e foram realocadas com segurança para o Píer 36, próximo ao local da colisão. A embarcação havia partido do Píer 17 rumo à Islândia quando o incidente ocorreu.
O Cuauhtémoc foi construído em Bilbao, na Espanha, em 1981, e originalmente chamado de Celaya. Posteriormente, foi adquirido pela Marinha do México como navio de treinamento para oficiais, cadetes, suboficiais e marinheiros. O Cuauhtémoc navegou pelo mundo durante treze anos e, em 1995, passou por uma grande reforma estrutural e de velame. O Cuauhtémoc foi vencedor da Tall Ships’ Races (Corrida de Grandes Veleiros) em duas ocasiões.
O navio é uma barca de três mastros medindo aproximadamente 90,5 metros de comprimento, com uma boca de 12 metros e uma altura de quase 45 metros, de acordo com a Sail Training International.
Sua ampla área de velas cobre cerca de 2.368 metros quadrados, de acordo com o site de referência Military Factory. É movido principalmente a energia eólica, embora também possua um motor diesel auxiliar com potência de 1.125 cavalos em um eixo, permitindo velocidades de até 10 nós, e serviu como navio de treinamento para 27 turmas de cadetes até o momento.