Obama, Clinton e Biden: os três participaram de um evento público em 28 de março (AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 6 de abril de 2024 às 06h02.
Última atualização em 6 de abril de 2024 às 08h44.
O presidente Joe Biden chamou os ex-presidentes democratas Bill Clinton e Barack Obama para ajudar em sua campanha de reeleição. A expectativa é que os dois, que governaram o país por oito anos cada um, possam atrair eleitores de segmentos hoje resistentes ao candidato democrata.
Os três participaram de um evento público em 28 de março, em Nova York, para arrecadar recursos de campanha para o candidato democrata.
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"Para a campanha de Biden, Obama e Clinton chegam em eleitores que Biden não chega. Obama ainda é o que mais mobilizou o eleitorado afro-americano. Em 2008 e 2012, houve recordes de presença desse grupo eleitoral, que é muito importante. Em toda eleição, de cada 10 afro-americanos, 9 votam em democratas e um vota em republicanos", analisa Mauricio Moura, professor da Universidade George Washington, no podcast O Caminho para a Casa Branca. Assista abaixo:
Já Clinton, hoje com 77 anos, é lembrado por ter tido bons resultados em estados onde Biden enfrenta problemas.
"Clinton foi o último democrata a ganhar em lugares que hoje são muito trumpistas, como estados do Sul e regiões altamente não-escolarizadas, e toda a sua campanha foi basicamente para este grupo. Ele falava 'eu sinto a sua dor na economia'", lembrou Mauricio. Clinton foi presidente por dois mandatos, de 1993 ao início de 2021.
Tanto Obama, 62, que governou de 2009 a 2017, quanto Clinton, 77, têm razões pessoais para quererem derrotar Donald Trump, atual rival de Biden.
O republicano derrotou Hillary Clinton, mulher de Bill, na disputa presidencial de 2016, e ganhou espaço na política ao criticar duramente Obama e espalhar teorias conspiratórias sobre ele, como a de que ele teria uma certidão de nascimento falsa.
Para a disputa deste ano, as pesquisas mostram empate entre Trump e Biden, mas com o republicnao ligeiramente à frente. Um levantamento recente do Wall Street Journal mostrou o bilionário à frente de Biden em seis dos sete estados que prometem ser os mais competitivos na disputa deste ano.