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Como astronautas podem votar nas eleições dos EUA?

Garantir a integridade e a confidencialidade dos votos emitidos do espaço é fundamental

Para manter a privacidade, os astronautas podem criar cabines de votação improvisadas (Rick Partington / EyeEm/Getty Images)

Para manter a privacidade, os astronautas podem criar cabines de votação improvisadas (Rick Partington / EyeEm/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 11h41.

Exercer o papel de cidadão nas eleições praticamente não tem barreiras hoje em dia. Quem está fora de seu domicílio eleitoral tem algumas possibilidades para votar. Mas será que é possível fazer isso do espaço sideral? A resposta é sim.

Votar do espaço, um processo único que permite que astronautas participem de eleições enquanto orbitam a Terra, é possível desde 1997, quando o Texas aprovou uma lei permitindo a votação eletrônica para cidadãos baseados no espaço. Conforme relatado pela NASA, o astronauta David Wolf se tornou o primeiro americano a votar do espaço naquele ano, abrindo caminho para que futuros astronautas exercessem seu dever cívico da Estação Espacial Internacional.

Em 1997, a Legislatura do Texas deu um passo inovador ao aprovar uma lei que permitiu que astronautas votassem do espaço. Essa legislação, conhecida como Regra 81.35, foi necessária pelo advento do voo espacial de longa duração para astronautas americanos.

A lei afirma que eleitores qualificados sob o Código Eleitoral do Texas que estarão em um voo espacial durante o período de votação antecipada e no Dia da Eleição podem votar. Essa estrutura legal inovadora foi estabelecida porque o Johnson Space Center da NASA está localizado em Houston, tornando o Texas o estado natal da maioria dos astronautas dos EUA.

Como funciona?

O processo para astronautas votarem do espaço começa antes do lançamento de sua missão. Eles devem preencher uma espécie de cédula de votação usada ​​por militares no exterior. Antes do dia da eleição, uma cédula eletrônica criptografada é transmitida para a Estação Espacial Internacional do Johnson Space Center Mission Control.

Os astronautas recebem um código por e-mail para acessar suas cédulas,  que eles preenchem eletronicamente e fazem o downlink de volta para a Terra. As cédulas preenchidas são então enviadas para o cartório do condado apropriado para contagem. Para manter a privacidade, os astronautas podem criar cabines de votação improvisadas em seus alojamentos da tripulação, conforme demonstrado por Kate Rubins em 2020.

Garantir a integridade e a confidencialidade dos votos emitidos do espaço é fundamental. Todo o processo é criptografado, com apenas o astronauta e o cartório designado do condado tendo acesso à cédula preenchida.

Uma vez preenchida, a cédula eletrônica viaja pela Near Space Network da NASA, passando por um Satélite de Rastreamento e Retransmissão de Dados até uma antena no Complexo White Sands, no Novo México. De lá, ela é transferida para o Centro de Controle de Missão em Houston antes de chegar ao escrivão do condado responsável por registrar o voto. Este sistema sofisticado garante que os astronautas possam cumprir seus deveres cívicos enquanto mantêm a segurança e a privacidade de suas cédulas, mesmo a 402km acima da superfície da Terra.

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