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Como as megacidades estão enfrentando o aquecimento global

Relatório inédito divulgado nesta quarta em SP mostra que 69% dos maiores centros urbanos do mundo possuem programas específicos de redução de emissões

Reunião dos prefeitos das maiores cidades do mundo, o C40, em São Paulo. (Vanessa Barbosa)

Reunião dos prefeitos das maiores cidades do mundo, o C40, em São Paulo. (Vanessa Barbosa)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 1 de junho de 2011 às 17h04.

São Paulo – Principal alvo dos efeitos devastadores das mudanças climáticas, as cidades estão deixando de lado o papel de vítima para vestir a farda de cobatente. O primeiro passo foi dado nesta quarta, durante o C40 Summit, com o lançamento do primeiro relatório global de reporte de emissões de 42 megacentros urbanos, entre eles Nova York, Berlim, Tokio, Sydnei, Londres e São Paulo. O relatório foi divulgado pelo prefeito de Nova York Michael Bloomberg, diretor do comitê.

O projeto inédito foi capitaneado pelo CDP (Carbon Disclosure Project), principal plataforma de reporte de emissões adotada há mais de dez anos pelas maiores companhias do mundo. Em 2010, o sistema ganhou uma versão para cidades, o CDP Cities. Segundo o relatório que compila os dados deste primeiro ano de trabalho, 69% dos maiores centros urbanos do mundo possuem programas específicos de redução de emissões.

“Isso demonstra que os prefeitos estão abraçando e implementando iniciativas que fortalecem as indústrias verdes e criam novos empregos, melhoram a qualidade de vida dos cidadãos e reduzem os riscos das mudanças climáticas”, ressaltou Bloomberg. Para mitigar as emissões de gases efeito estufa, os governos locais concentram esforços nos setores de transporte, construção civil, energia e gerencimaento de resíduos.

Seul, na Coreira do Sul, planeja o retrofit de 10 mil prédios existentes, segundo padrões da construção sustentável. Tóquio planeja aumentar a eficiência energética dos grandes empreendimentos urbanos. Austin, no Texas, quer se tornar zero-waste (lixo-zero) até 2040, através de um eficiente sistema de coleta seletiva e de reciclagem.


A maioria das cidades (93%) reconhece um risco físico significativo das mudanças climáticas e 79% acreditam que os impactos podem, direta ou indiretamente, ameçar a saúde econômica da região e a capacidade das empresas locais operararem com êxito. O Japão, por exemplo, calculou perdas em R$ 513 bilhões após o terremoto seguido de tsunami em março.

Ainda de acordo com o relatório, 43% dos centros pesquisados disseram que já identificam e sofrem os efeitos das mudanças climáticas. Entre as consequências relatadas estão mudanças de temperatura, resultando em dias mais quentes, chuvas mais intensas, aumento da gravidade das tempestades, inundações e elevação dos níveis do mar.

Outras conclusões importantes do primeiro relatório do CDP Cities incluem:

• As cidades do C40 respondem pela emissão anual de 1,2 bilhões de toneladas de CO2e, o que equivale às emissões totais de uma país como Japão ou Alemanha.
• É preciso maior planejamento econômico para garantir o investimento financeiro necessário capaz de atender às reduções previstas.
• 73% das cidades estão incorporando as mudanças climáticas e seus efeitos no planejamento e desenvolvimento urbano.
• As cidades são menos conscientes das oportunidades do que dos riscos. Só metade das cidades afirma esperar efeitos positivos das mudanças climáticas.

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