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Como a renda básica a moradores de rua fez essa cidade nos EUA poupar US$ 589 mil

Cerca de 45% das pessoas que receberam a ajuda financeira conseguir ficar num imóvel após o fim do programa

Homem passa por acampamentos de moradores de rua em Denver

Homem passa por acampamentos de moradores de rua em Denver

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 21 de junho de 2024 às 10h12.

A cidade de Denver, no Colorado, criou um plano de renda básica para moradores de rua em 2022. Mais de 800 pessoas que viviam em situação de rua, incluindo pessoas que viviam em carros e abrigos temporários, recebiam pagamentos diretos em dinheiro e podiam gastar como quisessem.

Nesta semana, as autoridades do município divulgaram um relatório com alguns resultados do projeto. Os dados publicados pelo Business Insider.

Cerca de 45% das pessoas que receberam a ajuda financeira por 10 meses conseguiram alugar algum imóvel para morar depois do fim do programa. Os beneficiários também tiveram menos idas ao pronto-socorro, noites em abrigos temporários ou à prisão. O relatório estima que a redução na utilização do serviço público poupou à cidade US$ 589 mil.

O programa de Denver durou inicialmente um ano e foi prorrogado em janeiro por mais seis meses. Os participantes foram classificados em grupos aleatórios: um recebeu US$ 1.000 por mês durante um ano; outro recebeu US$ 6.500 adiantados, seguido de US$ 500 por mês; e um terceiro recebeu US$ 50 por mês como grupo de controle.

Segundo o Business Insider, a cidade de Denver, o Colorado Trust e uma fundação anônima financiaram o projeto e já forneceram mais de US$ 9,4 milhões aos participantes.

Programas de renda básica como o de Denver tornaram-se uma estratégia popular para reduzir a pobreza em cidades dos EUA. Em comparação com os serviços sociais tradicionais, como o SNAP ou o Medicaid, a renda básica permite que os participantes gastem o dinheiro onde mais precisam.

O relatório de Denver descobriu que a renda básica ajudou principalmente os participantes a pagar despesas imediatas – como transporte, higiene, roupas e mantimentos. Pagar contas recorrentes como aluguel, saúde ou pagamentos de dívidas também era uma prioridade para a maioria das famílias. Os participantes de cada grupo relataram aumento da estabilidade financeira e redução da dependência de programas de assistência financeira de emergência.

De acordo com os resultados da pesquisa, os indivíduos que recebiam o montante fixo ou pagamentos de US$ 1.000 por mês tinham maior probabilidade de encontrar um emprego estável e de tempo integral do que antes de receberem a renda básica.

Os agregados participantes também registaram uma melhoria na saúde mental e puderam passar mais tempo com a família e amigos.

Ainda assim, os resultados financeiros dos participantes variaram com base no seu grupo de pagamento. Os participantes que receberam o pagamento fixo de US$ 6.500, além de US$ 500 por mês, poderiam  fazer grandes mudanças em suas vidas, como assinar um novo contrato de aluguel ou comprar um carro.

Muitas famílias disseram aos pesquisadores que estão preocupadas em pagar as contas após o término do pagamento da renda básica. Alguns temem que possam perder suas moradias novamente.

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