Jerusalém, em Israel: bairro se tornou alvo de disputas entre colonos e palestinos (Berthold Werner/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2011 às 13h36.
Jerusalém - O Comitê de Planejamento e Construção da Prefeitura de Jerusalém aprovou nesta segunda-feira a construção de 13 casas para judeus no bairro palestino de Sheikh Jarrah, na parte oriental da cidade, informou a imprensa local.
A construção das casas para colonos judeus teria como consequência o despejo de famílias palestinas do bairro, situado na parte oriental de Jerusalém e onde os palestinos pretendem estabelecer a capital de seu futuro estado.
O comitê municipal aprovou dois projetos separados para edificar perto do túmulo venerado pelos judeus de Simão, o justo, em pleno bairro palestino.
Sheikh Jarrah se transformou nos últimos anos em foco de disputas entre as famílias palestinas e ativistas israelenses de esquerda, por um lado, e dezenas de colonos judeus por outro, que foram tomando pelo menos uma dezena de casas na região.
Os colonos adquiriram essas casas após recorrer aos tribunais que ordenaram despejar os palestinos, grande parte deles refugiados que viviam nessas casas há décadas.
O representante do partido direitista Likud na Prefeitura, o advogado Elisha Peleg, disse ao jornal eletrônico "Ynet" que quem rejeitar o direito dos judeus de construir em Jerusalém Oriental cometerá uma discriminação.
Por sua parte, o membro do Conselho do grupo pacifista Meretz, Pepe Alalo, lamentou que os novos projetos estejam destruindo o status da cidade.
"Os planos têm como objetivo prejudicar os acordos para que os bairros palestinos sejam transferidos ao futuro estado da Palestina, enquanto os judeus permanecem em Israel", assinalou.
Argumentou que a decisão municipal "não leva em conta o fato de que as famílias palestinas serão jogadas na rua".
O Consistório de Jerusalém argumentou que os planos de construção respondem a uma iniciativa privada, e que portanto o Comitê de Edificação tem o único propósito de verificar os aspectos técnicos e não a religião ou nacionalidade das pessoas.
Israel ocupou a parte oriental de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias de 1967 e em 1980 proclamou a cidade como sua capital "eterna e indivisível", mas a comunidade internacional não a reconhece como tal.