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Comissário diz que acordo com Farc não será caça às bruxas

O Alto Comissário para a Paz da Colômbia disse que o acordo feito com as Farc não implicará uma "caça às bruxas" contra agentes do Estado


	Soldados das Farc, na Colômbia
 (Serdechny / Wikimedia Commons)

Soldados das Farc, na Colômbia (Serdechny / Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2015 às 17h33.

Bogotá - O Alto Comissário para a Paz da Colômbia, Sergio Jaramillo, afirmou nesta segunda-feira que o acordo realizado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) não implicará uma "caça às bruxas" contra agentes do Estado, policiais ou militares que são atualmente investigados pelo governo.

"Nós não vamos aceitar um cenário onde despachamos rapidamente as Farc e nos dedicamos a abrir investigações contra agentes do Estado ou civis. Esse não será o cenário", disse Jaramillo em entrevista coletiva realizada em Bogotá.

Na última quarta-feira, em Havana, o governo colombiano e as Farc anunciaram um acordo em matéria de justiça transicional em um ato liderado pelo presidente do país, Juan Manuel Santos, e o líder dos guerrilheiros, Rodrigo Londoño, conhecido como "Timochenko".

Um dos temas mais espinhosos do pacto são os benefícios jurídicos que poderão ser recebidos por membros das Farc que não cometeram crime mais graves, medida aplicável também a civis, militares e outros agentes do Estado.

Sobre o assunto, Jaramillo afirmou que "se trata de olhar os fatos mais fatos e significativos do conflito e de maneira equilibrada fazer justiça para todos".

Por outro lado, o chefe da equipe de negociação, Humberto de la Calle, explicou que "todos que tiverem responsabilidade e queiram obter um resultado judicial deve se submeter ao sistema".

"As decisões têm que ser equilibradas e equitativas, além de marcar diferenças porque as condições com as quais cada um atuou têm que ser distintas", ressaltou Calle.

"Os colombianos reconhecem que, salvo exceções, as Forças Armadas cumpriam uma função legítima. Portanto, as decisões têm que ser equilibradas e equitativas. O conveniente, em minha opinião, para os agentes do Estado, é que o cenário de fundo seja o mesmo em termos de pôr fim ao acordo", concluiu. 

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