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Comissária da ONU se diz alarmada por número de vítimas no Egito

Informações sugerem que até 300 pessoas morreram, e já são mais de 3 mil feridos

Manifestante morto no Egito: comissária da ONU pediu cautela no próximo protesto (Edoardo Castaldo/AFP)

Manifestante morto no Egito: comissária da ONU pediu cautela no próximo protesto (Edoardo Castaldo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2011 às 08h38.

Genebra - A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse nesta terça-feira que está "profundamente alarmada" pelo número de vítimas nos protestos registrados no Egito.

"As vítimas foram aumentando a cada dia, com informações não confirmadas que sugerem que até 300 pessoas podem ter morrido e que há mais de 3 mil feridos e centenas de detidos", assinalou Navi em comunicado.

Em sua opinião, "a população está claramente rejeitando um sistema que a privou de seus direitos fundamentais e que cometeu graves abusos, entre eles o emprego muito difundido da tortura", afirmou a responsável da ONU.

Diante da perspectiva de que um milhão de pessoas saiam nesta terça-feira às ruas para protestar, a comissária fez um apelo ao Exército e à Polícia para que atuem "com o maior cuidado", ao mesmo tempo que pediu à população que evite qualquer ato de violência que possa "manchar o que se conseguiu de maneira tão extraordinária até agora".

Em outra passagem de sua declaração, Navi assinalou que "o fato de que o Governo egípcio tenha mantido a Lei de Emergência durante 30 anos é um claro sinal de que os direitos humanos não estão entre suas prioridades".

A comissária destacou que o movimento popular contra o regime do presidente Mubarak se desenvolveu de uma maneira "pacífica e valente" e que o mundo inteiro está com os olhos voltados para como as autoridades vão reagir frente à continuação dos protestos.

Nesse sentido, destacou que "as pessoas não podem ser presas arbitrariamente pelo simples fato de protestar ou expressar suas opiniões políticas".

Além disso, Navi expressou sua inquietação pelo "vazio de segurança" registrado no fim de semana depois que as forças policiais abandonaram as ruas, o que abriu caminho para saques e aumentou a probabilidade de uma situação de caos.

"Acho que deve haver uma clara investigação do porquê as autoridades tomaram a decisão de expor a população a um risco considerável e quem foi o responsável por tal violação do direito à segurança".

Por outro lado, a comissária elogiou o anúncio do Exército egípcio de que não utilizará da força contra o povo, mas pediu que pare com os voos rasantes de aviões de combates.

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