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Comissão reconhece fraude em grande escala na eleição afegã

Comissão Eleitoral do Afeganistão reconheceu que ocorreu uma fraude em grande escala durante a rodada final das eleições


	Comissão trabalha na recontagem dos votos da eleição presidencial no Afeganistão
 (Shah Marai/AFP)

Comissão trabalha na recontagem dos votos da eleição presidencial no Afeganistão (Shah Marai/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 14h43.

Cabul -  A Comissão Eleitoral do Afeganistão (IEC) reconheceu nesta segunda-feira que durante a rodada final do pleito afegão aconteceu uma "fraude em grande escala" e anunciou a invalidação dos votos depositados em 1.028 colégios eleitorais, 16% do total.

"Houve uma fraude em grande escala realizado pelas forças de segurança, governadores e membros da IEC. Sem dúvida, boa parte da fraude aconteceu em coordenação com funcionários da IEC", sentenciou um comissário do organismo eleitoral, Azizullah Bakhtyari, segundo o canal local "Tolo".

A invalidação de votos do segundo turno das eleições afegãs de 14 de junho aconteceu depois que os dois candidatos eleitorais, Ashraf Ghani e Abdullah Abdullah, chegaram a um acordo para que fossem auditados 100% dos votos depositados.

Azizullah Bakhtyari afirmou que tem a intenção de que a auditoria dos 8,1 milhões de votos devolva ao eleitorado afegão a confiança no sistema, pois após conhecer a fraude que aconteceu em 1.028 colégios eleitorais poderão saber quais os funcionários que de fato participaram.

"Tomaremos medidas contra eles por prejudicar a confiança da população na instituição eleitoral", declarou o membro da IEC.

A Comissão de Queixas Eleitorais (ECC) começará agora a analisar a decisão da IEC em um encontro que será realizado amanhã em Cabul e esperam dar o veredicto nos "próximos dias", disse um porta-voz da entidade, Nadir Mohseni, de acordo com "Tolo".

A análise da autenticidade das cédulas começou em 17 de julho e sofreu várias interrupções pelos desacordos entre ambos os candidatos, Abdullah e Ghani, sobre os critérios para determinar a validade dos sufrágios.

A crise eleitoral afegã começou quando Abdullah, que ganhou o primeiro turno, se negou a aceitar o resultado preliminar da segunda rodada que dava como vencedor a Ghani com 56,4% dos votos, e qualificou o processo de "fraude a escala industrial".

No entanto, após a mediação do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que viajou em duas ocasiões ao país para resolver a situação, ambos os candidatos acertaram auditar todos os votos e criar um governo de unidade liderado pelo vencedor.

O Afeganistão atravessa um de seus períodos mais sangrentos depois que no ano passado as forças de segurança afegãs se tornaram responsáveis pela segurança, após a retirada paulatina da missão da Otan (Isaf), que culminará definitivamente no final de 2014.

Apesar da retirada da Otan, os Estados Unidos anunciaram que manterão cerca de 9.800 soldados em território afegão até o final de 2016.

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