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Comissão diz que Rússia acabaria em recessão com sanções

O vice-presidente da Comissão Europeia advertiu que a Rússia entrará em recessão se tiver que fazer frente às sanções econômicas


	Olli Rehn, vice-presidente da Comissão Europeia e titular de economia: "se as tensões persistirem e a situação piorar, será provável que a Rússia acabe em uma recessão"
 (Francois Lenoir/Reuters)

Olli Rehn, vice-presidente da Comissão Europeia e titular de economia: "se as tensões persistirem e a situação piorar, será provável que a Rússia acabe em uma recessão" (Francois Lenoir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2014 às 13h57.

Atenas - O vice-presidente da Comissão Europeia (CE) e delegado de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, advertiu nesta terça-feira que a Rússia acabará provavelmente em recessão se tiver que fazer frente às sanções econômicas por conta da escalada de tensões na Ucrânia.

O potencial impacto na União Europeia (UE) de sanções contra a Rússia por uma escalada da crise seria relativamente limitado, dado que seu comércio com os vinte E oito é, em geral, igualmente reduzido, disse Rehn na entrevista coletiva posterior à reunião informal dos ministro de Economia da zona do euro.

"Com relação à Rússia, a economia do país já desacelerou antes do começo da crise e, por exemplo, o Banco Mundial (BM) prevê um crescimento nulo para a Federação neste ano, inclusive sem sanções", indicou o finlandês.

"Se as tensões persistirem e a situação piorar, será provável que a Rússia acabe em uma recessão", advertiu Rehn, que acrescentou que "nenhum europeu sensato iria querer ver sanções econômicas impostas a esse país nem outra escalada da crise".

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou por sua parte que os ministros "não mantiveram uma discussão geral sobre os possíveis efeitos econômicos dos atuais ou futuros níveis de tensão" em torno da crise russo-ucraniana.

Em Bruxelas, fontes comunitárias indicaram hoje que um estudo que ainda é realizado pela CE avaliou o impacto que teria sobre a economia da União Europeia a imposição de uma nova rodada de eventuais sanções comerciais à Rússia.

"50% das exportações da UE se dirigem à Rússia", lembraram fontes comunitárias, que alertaram que "eventuais sanções comerciais poderiam chegar a representar uma redução de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em dez Estados-membros, e de 0,5% como média para toda a União".


As economias mais afetadas por esse eventual castigo à Rússia seriam as do Chipre, Letônia, Lituânia, Estônia, Polônia e Finlândia, segundo as fontes, por sua maior exposição ou dependência do setor energético russo, de onde procedem quase totalmente suas importações de gás e sobretudo petróleo.

O vice-presidente da CE disse que em primeiro lugar é preciso garantir a paz e estabilidade na Europa, mas também estabilizar a economia da Ucrânia a fim de conseguir o objetivo e "para minimizar os riscos que representa a situação para a recuperação" da economia comunitária.

A UE ajuda a Ucrânia mediante um programa macroeconômico com 610 milhões de euros e com a concessão de uma ajuda macroeconômica adicional de 1 bilhão de euros em forma de empréstimos, que ainda deve receber o sinal verde dos vinte E oito.

Rehn disse que após o acordo técnico alcançado entre Ucrânia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a próxima aprovação do mesmo pelo conselho executivo, a UE poderá desembolsar em paralelo e com prontidão um primeiro lance de ajuda a esse país.

Segundo sua opinião, o papel que pode ter a UE na hora de ajudar a Ucrânia se reflete na diferença no crescimento que registraram Ucrânia e Polônia nas duas últimas décadas.

Ambos os países partiram a princípios dos anos 90 com níveis de ingressos bastante similares, mas hoje em dia a renda nacional per capita da Polônia supera em 2,5 vezes a da Ucrânia, disse.

No caso da Ucrânia, o acordo de associação "simbolizou esta diferença", acrescentou.

"A UE não está obrigando a Ucrânia a escolher entre Europa e Rússia, mas deveria ser possível para este país desenvolver laços econômicos e políticos mais estreitos com a União e manter uma boa relação de vizinho com a Rússia", disse Rehn.

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