Decisão do Procurador Geral da República de não abrir investigação contra Palocci não afeta "em absolutamente nada" as posições da Comissão de Ética (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2011 às 08h39.
Brasília - A Comissão de Ética Pública reabriu ontem a discussão em relação ao caso do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que teve o seu patrimônio aumentado em 20 vezes nos últimos quatro anos e cuja empresa de consultoria recebeu grande parte dos recursos, conforme as denúncias, após a eleição da presidente Dilma Rousseff, quando ele já trabalhava como um dos seus principais auxiliares. O presidente interino da Comissão, Roberto Caldas, não quis confirmar a abertura de novo procedimento, encerrado no dia 16 de maio, alegando que "neste momento nós não podemos dizer se há abertura de procedimento contra qualquer ministro".
Segundo ele, "a abertura de procedimento é sempre sigilosa". E emendou: "quando há abertura, para proteção do indivíduo que ainda pode se defender nos procedimentos de ética assim se faz. É a mesma coisa nos procedimentos de ética perante a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)". O conselheiro informou, no entanto que, para a próxima reunião do dia primeiro de julho, ele mesmo levará para discussão na Comissão de Ética, o fato de o ministro Palocci não revelar sua agenda, o que é recomendado a todas as autoridades para garantir transparência.
Roberto Caldas declarou ainda que a decisão do Procurador Geral da República de não abrir investigação contra Palocci não afeta "em absolutamente nada" as posições da Comissão de Ética. "A esfera ética e a esfera legal não tem comunicação necessária", justificou.