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Comissão da ONU para a Síria prevê guerra no Oriente Médio

O Oriente Médio está à beira de uma guerra regional, advertiu comissão da ONU que investiga os crimes cometidos na Síria


	Membro do exército rebelde da Síria: vários grupos extremistas se consolidaram
 (REUTERS/Badi Klif)

Membro do exército rebelde da Síria: vários grupos extremistas se consolidaram (REUTERS/Badi Klif)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 13h38.

Genebra - O Oriente Médio está "à beira de uma guerra regional" com raízes no conflito sírio e que agora está se disseminando no Iraque, advertiu nesta terça-feira a comissão de juristas que investiga, por incumbência da ONU, os crimes cometidos durante os três anos que dura a guerra civil na Síria.

"Previmos há muito tempo o perigo de uma propagação regional (do conflito) e é triste ver que isso agora é realidade. Estamos possivelmente à beira de uma guerra regional e isto é algo que nos preocupa muito", afirmou Vitit Muntarbhorn, membro da comissão.

Vários grupos armados extremistas se "consolidaram através das fronteiras, o que faz com que esta situação seja extremamente explosiva", explicou aos jornalistas após apresentar um relatório sobre o ocorrido nos últimos três meses de guerra civil na Síria.

Neste conflito "estão envolvidos muitos elementos radicais, com diversos apoios e fluxos de armas que chegam do exterior", explicou.

Além do componente ideológico, Muntarbhorn disse que o reforço dos grupos mais extremistas se alimenta de uma competição entre eles por recursos como dinheiro, petróleo e gás, suscetíveis a serem traficados.

"Isto faz pensar",acrescentou,"que o conflito se militarizará mais, com um maior número de combatentes estrangeiros que chegarão de muitos países", atraídos por esta situação.

O presidente da comissão investigadora da ONU, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, lamentou que ninguém tenha dado maior atenção às advertências que sua equipe fez no passado sobre o perigo de que, por exemplo, já representava o grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) e suas ações na Síria.

"Agora há mais combatentes estrangeiros e recursos. Eles terão um território sem fronteiras (entre Síria e Iraque), o que é muito bom para o futuro califado que propõem", explicou.

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