Mundo

Comissão Cuba-EUA inclui direitos humanos na agenda

Comissão bilateral definiu uma agenda de trabalho que inclui temas como direitos humanos e outros assuntos pendentes há décadas

As bandeiras de Estados Unidos e Cuba são vistas em Miami (Joe Raedle/AFP)

As bandeiras de Estados Unidos e Cuba são vistas em Miami (Joe Raedle/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2015 às 23h53.

Havana - A comissão bilateral Cuba-Estados Unidos definiu nesta sexta-feira, em Havana, uma agenda de trabalho que inclui temas como direitos humanos e outros assuntos pendentes há décadas, informou a delegação cubana.

"A agenda compreende o desenvolvimento do diálogo sobre assuntos de interesse bilateral, incluindo aqueles sobre os quais os dois países têm diferentes concepções, como o tráfico de pessoas e os direitos humanos", destacou a delegação cubana ao final da primeira reunião da comissão.

"Fará parte da agenda, ainda, a busca de uma solução dos problemas pendentes nas relações bilaterais, como as indenizações por danos humanos e econômicos causados ao povo cubano pelas políticas aplicadas por distintos governos dos Estados Unidos ao longo de mais de 50 anos e por propriedades americanas nacionalizadas em Cuba" em 1960.

No encontro, "também se discutiu a proteção de marcas e patentes" e se fixou a próxima reunião bilateral para novembro, em Washington.

O secretário de Estado, John Kerry, e o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, anunciaram a criação dessa comissão em 14 de agosto, durante a visita do chefe da diplomacia americana à ilha para concluir o processo de negociação.

Cuba e Estados Unidos anunciaram em 17 de dezembro de 2014 o fim de meio século de rivalidade e, em 20 de julho de 2015, restabeleceram relações diplomáticas, rompidas em 1961.

O subsecretário adjunto americano para o Hemisfério Ocidental, Alex Lee, liderou a delegação de seu país, acompanhado do secretário de Planejamento Político, David McKean, e do embaixador interino dos Estados Unidos em Havana, Jeffrey DeLaurentis.

A delegação cubana foi comandada pela diretora do Departamento para os Estados Unidos, Josefina Vidal, que também conduziu com a chefe da diplomacia americana para a América Latina, Roberta Jacobson, as negociações para o restabelecimento de relações diplomáticas.

Em 14 de agosto, Rodríguez antecipou que a comissão deve "definir os temas que deverão ser abordados imediatamente, incluindo assuntos pendentes de solução - alguns deles muito complicados -, que foram acumulados durante mais de 50 anos".

Entre os temas mais complexos estão o futuro da base naval de Guantánamo, a manutenção do embargo americano à ilha e as indenizações pelas propriedades norte-americanas nacionalizadas por Fidel Castro em 1960.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCubaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro

Partiu, Europa: qual é o país mais barato para visitar no continente